As declarações do senador Renan Calheiros (PMDB) sobre a indicação do deputado federal Marx Beltrão (PMDB) se assemelham ao que foi dito pela jornalista Vanessa Alencar, em seu blog, logo após as especulações do nome de Beltrão para a pasta, ainda quando Michel Temer (PMDB) era presidente interino. .
Pessoas próximas a Beltrão disseram à jornalista que indicação dele não passava por Renan Calheiros, mas pela a própria bancada da Câmara, mas a demora se devia a uma briga entre políticos peemedebistas de Minas Gerais. Os mineiros defendiam que o Estado de Alagoas já estaria contemplado com a indicação de Maurício Quintella (PR) para o Ministério dos Transportes.
Ao que tudo indica, se a verdade for esta, a questão foi superada e Beltrão assumiu hoje a pasta do Turismo. Imediatamente, a imprensa nacional colocou Calheiros como “padrinho”, já que Marx Beltrão é do PMDB alagoano e a sigla, em Alagoas, é comandada por Renan Calheiros com “punho de ferro”. Ele é o grande enxadrista e definidor dos caminhos dos peemedebistas por aqui.
Todavia, Marx Beltrão trabalha para construir sua candidatura ao Senado Federal o que pode - lá na frente - se chocar com os planos de Calheiros.
Calheiros foi indagado sobre o assunto no dia de hoje e, em resposta à Folha de São Paulo, negou ter tido influência sobre a nomeação de Marx Beltrão para o Turismo. “Enquanto eu for presidente do Senado, não vou participar de sugestão para a formação do governo. Entendo incompatível com a função que exerço”, salientou Calheiros aos jornalistas.
Bem, é inegável a influência que Calheiros tinha no antigo Executivo comandado pela presidente Dilma Rousseff (PT) e, conforme as investigações da Lava Jato, o presidente do Senado tinha ascendência sobre alguns nomes do governo petista. Então, não é bem assim...
Michel Temer não falou, ao menos ainda, de onde partiu a indicação de Beltrão. Mas também é fato que Temer e Renan Calheiros possuem suas divergências, mas que o segundo é um importante nome para a governabilidade diante de sua influência e poder no Senado Federal. Marx Beltrão tomou posse na tarde de hoje.
O cargo se encontrava vago desde a demissão de Henrique Alves (PMDB), que foi citado na Operação Lava Jato. O que se sabe é que o PMDB exigia que a indicação para a pasta fosse de um deputado federal do partido. Tanto que todos os cotados, antes de Beltrão assumir, eram da bancada da sigla na Câmara de Deputados.
O governo busca estreitar relações com Câmara e Senado para - como primeiro objetivo - aprovar a PEC do teto de gastos, que enfrenta resistência, inclusive na base aliada. A expectativa é que a matéria já seja aprovada amanhã.
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