Paulão defende legado do PT e aliança das esquerdas no País

27/09/2016 14:05 - Vanessa Alencar
Por redação
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“O primeiro e único partido que fui filiado é o Partido dos Trabalhadores. Não sairei do PT”. Com essas palavras, o deputado federal Paulão, candidato a prefeito de Maceió, iniciou sua resposta a pergunta do Blog sobre a possibilidade de deixar a sigla, considerada um das responsáveis pela sua liderança no índice de rejeição dos eleitores.

O questionamento faz parte da sabatina que será exibida nesta terça-feira, 27, a partir das 18h, no portal e nas redes sociais do CadaMinuto.

Paulão contou um pouco do início da sua trajetória política, quando entrou na Ceal – hoje Eletrobras Alagoas – e ingressou no movimento sindical para, em seguida, se filiar ao PT. “Entendo que temos momentos de altos e baixos... Claro que quero ser eleito prefeito de Maceió, mas, ao mesmo tempo, entendo a importância do PT para a democracia e, principalmente, para o social. A minha candidatura também tem o papel de fazer a defesa do governo Lula, do governo Dilma, e do legado do PT”, afirmou.

Na avaliação do candidato, o processo pelo qual o partido passa será superado em médio prazo, com a ajuda do retorno da juventude aos quadros. “Quero passar o legado, plantar a semente da cidadania para fazer o processo geracional, estimular para novas lideranças, até do ponto de vista do conceito de comunicação da narrativa... Sou de uma geração analógica, prolixa, detalhada... Essa turma nova é digital, mais rápida. Mas, não sairei. Vou continuar no projeto, que entendo como valoroso”.

Paulão defendeu também a necessidade de o PT fazer uma avaliação, discutir a renovação da direção e retomar laços com outros partidos de esquerda, principalmente nesta conjuntura, “com um governo sem legitimidade, golpista”: “Esse processo que a gente atravessa vai agravar muito. Os projetos de soberania nacional serão desmontados. O pacote de maldades ainda não veio, vai chegar”.

Para exemplificar os prognósticos, o candidato citou que o prefeito Rui Palmeira cobra o aumento de recursos para saúde e educação, mas, ao mesmo tempo, o PSDB, partido do gestor, tem a intenção de votar a emenda 251 após o pleito. De acordo com Paulão, ao propor a desvinculação dos recursos, alterando os mínimos constitucionais para a saúde e educação, a emenda fará com que ambas piorem no País.

Segundo ele, um dos caminhos para combater pontos considerados retrocessos e fortalecer o ideário programático da esquerda é discutir a Frente Brasil Popular e avaliar a política de alianças do partido.

“Defendo a tese que o PT tem que sentar com o PCdoB, com o PSOL, a Rede, o PDT... Discutir de novo a volta do PSB... Ter um ideário, uma questão programática”, disse, acrescentando que, se o ex-presidente Lula for o candidato é um nome que tem um peso fundamental, mas, se não for, há outras discussões, a exemplo de Ciro Gomes.

Sobre a aliança rompida como PMDB, Paulão disse que ela pode até voltar, mas acha que foi um ciclo que se encerrou. “Acho que PSDB, PMDB, Democratas, PPS, estão caminhando para um bloco e nós para outro. Acho que o segredo nosso é repactuar esse bloco e ter no Brasil o debate das ideias, que deixamos de lado”.

O candidato aproveitou para reforçar a diferença entre discordar de ideais e ser intolerante e citou o episódio ocorrido nesta semana com o senador Lindbergh Faria (PT-RJ), agredido ao deixar um restaurante na Barra da Tijuca. “Essa intolerância não pode existir, como também ninguém do PT pode agredir o outro fisicamente porque discorda dele”, finalizou.

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