A pequena cidade de Tanque d’Arca, situada entre Maribondo e Palmeira dos Índios, ao que parece se tornou cenário de filmes e novelas violentas, onde as balas são disparadas, mas que no fim, ninguém morre de verdade. É que coincidente nesses últimos dois meses em que antecedem as eleições, a boca esquentou para alguns, cujas casas desses foram alvo de tiros; sempre  às altas horas da madrugada.

“Eu teria me levantado na madrugada, para tomar medicamentos, foi quando ouvi um barulho de um carro velho. Minutos depois, ocorreu um estrondo na porta da minha casa de um tiro de espingarda 12. Os elementos de imediato se arrancaram com o carro, onde depois fui olhar a bagaceira do rombo na parede”, disse José Cassiano Ferreira da Cunha, 78, não entendendo o motivo da cena ocorrida. Esse fato foi na madrugada desta terça-feira, e passa a ser o 4º desta natureza em pouco mais de um mês.

“O filho de seu José Cassiano, o pedreiro Gamela, foi ameaçado no mês passado por Manoel Valente, que é vice do pai, José Ruben candidato a prefeito, isso por ter cobrado uma dívida de uma obra realizada. Naquele dia, o Gamela  resolveu fazer um B.O na Delegacia de Palmeira.  Mas o curioso agora, é que esse senhor que foi vítima de um disparo em sua residência, não teve a sua denúncia aceita pelo policiamento local, ou seja, praticamente ignoraram sua queixa” disse uma denunciante.  

A denunciante que prefere não revelar seu nome,  lembra que em Tanque d’Arca outros que  passaram por esse mesmo aperreio de tiros em suas portas foram: o  vereador Zé Luiz e o morador Élvio Peixoto. “Interessante é que a Justiça tem encarado esses fatos, como a maior naturalidade do mundo, sobretudo sem preocupação alguma de encarar os praticantes e os mandantes”, disse revoltada.

SITUAÇÃO POLÍTICA

Tanque d’Arca nessa gestão teve um recorde de prefeitos no comando da Prefeitura. A Justiça cassou os mandatos do eleito Roney Valença e de seu vice, Vlademir, ambos por improbidade administrativa. Depois entrou o presidente da Câmara, Antônio Teixeira. Esse posteriormente foi afastado acusado de enriquecimento ilícito. Aí, Zé Luiz Santos, que estava no comando da Câmara foi quem assumiu. Mas em julho último houve eleição suplementar formada por um colegiado formado pelos próprios vereadores, onde Antônio Teixeira amparado com uma Liminar da Justiça entrou no embate e foi eleito. Como teria sido afastado pela Justiça anteriormente, Teixeira resolveu adotar a regra de uma estratégia montada, a fim de garantir a vaga para seu vice,  Edilson da Conceição, uma espécie de “laranja”, que dias depois da eleição assumiu a Prefeitura.

Na briga pela Prefeitura, estão a todo vapor nessa campanha eleitoral, o ex-secretário de Segurança de Alagoas, José Rubens, Will Valença (sobrinho de Roney), Valmir Lima (irmão do  vice prefeito cassado Valdemir) e Antônio Teixeira o que transportou o cargo para Edilson da Conceição, o atual. Na verdade é um quadro que merece uma baita novela a ser produzida!