O jornalista Paulo Memória (PTC) - candidato à Prefeitura de Maceió com o apoio do senador Fernando Collor de Mello (PTC) - foi o primeiro a partir para o ataque após o início do processo eleitoral. 

Enquanto todos entram na campanha com cautela, Memória “chutou o balde”. Fez críticas à legislação eleitoral e se apresentou como o único ficha limpa do processo. Mais que isto, atacou - ainda que sem dizer os nomes - os candidatos e deputados federais Cícero Almeida (PMDB) e João Henrique Caldas, o JHC (PSB); e o prefeito Rui Palmeira (PSDB). 

Memória faz a seguinte referência: “Os quatro, dos oito candidatos a prefeito de Maceió, que participarão dos debates na TV estão envolvidos em algum tipo de escândalo. Tem taturana, sanguessuga, máfia do lixo e Lava Jato”. Memória quer dizer o seguinte: JHC seria o sanguessuga por conta das denúncias que envolveram o seu pai, o ex-deputado federal João Caldas; Cícero Almeida é o taturana e o que estaria na máfia do lixo, pois são os casos onde foi citado; e Rui Palmeira por ter aparecido na lista das doações de recurso de uma das empreiteiras envolvidas na Lava Jato. 

Desafio não ser esta a tradução exata do que está implícito em seu discurso, pois a tradução exata é esta!

Paulo Memória só usa do artifício de chutar o balde por meio das indiretas. Mas, coloquemos as cartas na mesa e traduzamos o que de fato o candidato do PTC diz. Ele segue: “Por que será que não querem que eu participe dos debates? Respondo: porque sou o único ficha limpa entre eles!”. 

Bem, assim como defendo a presença de Gustavo Pessoa (PSOL) nos debates, defendo a de Memória também, pelos mesmos motivos. 

O candidato do PTC diz que a ausência dele se dá “pela legislação eleitoral espúria e draconiana vigente, que foi aprovada na mini-reforma do ano passado pelo Congresso Nacional, comandado pelo criminoso Eduardo Cunha (PMDB)”. “Os candidatos dos pequenos partidos, que tenham menos de 10 deputado federais na Câmara estão proibidos de participar dos debates”, complementa. 

Ele ainda critica a forma como é distribuída o tempo de televisão: “Eu teria aproximadamente 1 minuto no Guia Eleitoral que se inicia no próximo dia 26. Após esta nefasta reforma, terei apenas 10 segundos para expor minhas idéias e meu programa de governo....Os meus adversários terão aproximadamente três minutos para contarem as lorotas e as mentiras de sempre e propagarem as falsas promessa de todas as eleições”.

Concordo com as críticas de Paulo Memória à legislação, mas lembro a Memória uma reflexão bíblica que versa sobre a trave em nosso olho e o cisco no olho alheio. Em política, é preciso lembrar sempre dela. Explico o motivo: o tom de Paulo Memória está dado. Agora, uma pergunta: se Memória consegue ter tanto asco de alguém que aparece indiretamente entre os citados em uma lista de doação de recursos de uma das empreiteiras da Lava Jato, o que ele teria a dizer sobre o senador Fernando Collor de Mello?

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