As composições entre as siglas partidárias, no apoio aos candidatos ao Executivo, abrem também uma disputa interna entre as agremiações que compõem as coligações para conseguir eleger vereadores. Se de um lado, a disputa majoritária é com o rival político, nas proporcionais, o olhar atento é para os passos de quem se encontra no mesmo grupo, em função do quociente eleitoral. 

É por esta razão, como já divulgou o blog, que a chapa que dá sustentação à candidatura de Cícero Almeida (PMDB) à Prefeitura de Maceió amargou insatisfações e desistências de pré-candidatos, como ocorreu com o PSD. Nas primeiras discussões, os partidos PSD e PSC não queriam a coligação em bloco único para disputar as cadeiras da Câmara de Maceió, mas acabaram tendo que aceitar a aliança PMDB/PSC/PCdoB/PRB e PSD. 

Pesou o fato de existirem - dentro da coligação - quatro vereadores com mandato. Obviamente, são eles os favoritos na disputa. Houve insatisfação dos que não possuem cadeira do Legislativo e tentam chegar à Casa de Mário Guimarães pela primeira vez, mas os que não desistiram - como é o caso de Jefferson Morais Filho (PSD) - tiveram que engolir seco e partir para a briga. 

É que, diante de um quociente eleitoral, que pode ser entre 21 e 27 mil votos, figurar entre os primeiros mais votados da coligação será tarefa árdua para quem tem que atingir, sozinho, entre 6 mil e 7 mil eleitores. Dificílimo, mas não impossível, para quem não tem a estrutura possibilitada pela posse de um mandato. Lembrando que o quociente eleitoral de 27 mil se dá se todos os eleitores forem às urnas. Logo, o número deve ser bem mais baixo levando em consideração a abstenção que ocorreu nos últimos pleitos. 

As disputas internas não são exclusividades da chapa de Almeida. Dentro do bloco que apoia Rui Palmeira (PSDB), ela também existe. Por lá, há até o grupo da morte em função do peso dos candidatos tucanos. Na coligação, os próprios candidatos fazem contas de que 14 nomes disputam pelo menos 11 vagas. O problema é que existem, no grupo, 14 candidatos já com mandatos. Um problema para os novatos. Há quem considere a estratégia errada, por concentrar muito “peixe grande” em um só lugar. 

Lembrando que, para eleger o primeiro vereador, a coligação tem que atingir o quociente eleitoral. Dobrá-lo para fazer dois e assim por diante. 

Por isto que há disputa interna. Os próprios candidatos brigam entre si para serem os primeiros e segundos mais votados de cada chapa. A tendência - levando em consideração as votações de 2012 - é que as chapas de Rui Palmeira e Cícero Almeida elejam o maior número de vereadores da Casa de Mário Guimarães. 

Todavia, a chapa encabeçada pelo PSB de João Henrique Caldas, o JHC, acredita que consegue preencher pelo menos três cadeiras. Isto faz com que alguns partidos alinhem estratégias levando em consideração o ambiente real. Por exemplo: o PSL lançou um único candidato, apostando que este possa chegar à Câmara defendendo sozinho as principais bandeiras do partido. 

Se a situação é difícil para os “candidatos novatos” que disputam internamente com quem já tem mandato, mas difícil ainda é para os nomes que estão brigando solitariamente, sem coligar. É o caso do PT. Sozinho, com Paulão (PT) na majoritária, o partido tenta eleger pelo menos um nome. São 20 candidatos que precisam - juntos - atingir o cociente eleitoral. Ao mesmo tempo, todos brigam entre si para ser o mais votado da legenda. Tarefa difícil. É a mesma tarefa do PSOL que tem Gustavo Pessoa na majoritária. 

Estas são algumas das coligações do pleito. Em breve, o blog trará o desafio de outras, bem como aprofundará as análises em relação a estas que já estão postas.

Estou no twitter: @lulavilar