A dificuldade de grande parte dos estados da federação para conceder reajuste aos servidores públicos (até mesmo para conseguir pagar salários) já é um tema que preocupa muito o governo do Estado de Alagoas. 

Pelo que se percebe, nas falas do titular da pasta do Planejamento, Gestão e Patrimônio, Christian Teixeira, o medo de não conseguir manter a folha salarial em dia, diante da crise econômica, é grande. 

Os estados esperavam ainda contar com a desculpa da contrapartida da Lei que trata da renegociação das dívidas, que é justamente não conceder reajustes salariais por dois anos. Mas, esta foi derrubada na Câmara dos Deputados. O fato foi comemorado pela Central Única dos Trabalhadores. 

Porém, não significa que as negociações salariais começarão de imediato. Christian Teixeira - em entrevista à jornalista Luciana Martins, na Tribuna Independente - destacou que é preciso esperar até o dia 5 de setembro, par que o governo apresente o seu posicionamento. 

“O governo continua com o mesmo posicionamento, de apresentar percentuais de reajuste após a aprovação das negociações das dívidas dos estados pelo Congresso Nacional”, frisou o secretário. Ou seja: a gestão do governador Renan Filho (PMDB) ainda vai aguardar a tramitação da matéria no Senado Federal, onde o texto ainda precisa ser aprovado. 

Teixeira destaca que também pode haver mudança no texto naquela Casa. “O mais prudente neste momento é aguardar”. O titular da pasta ainda tenta acalmar o ânimo dos servidores ao afirmar que o governador “está com boa vontade”. Todavia, é enfático: dificilmente as categorias conseguirão os reajustes pleiteados, caso tenha reajuste. “Não se pode é conceder um percentual em que comprometa o cronograma de pagamento dos servidores”. Para bom entendedor, meia palavra basta. 

Renan Filho terá um final de ano difícil com os servidores públicos. Caso não melhore a situação econômica e a renegociação das dívidas não avancem, o começo de 2017 pode ainda ser pior. Teixeira lembra que, em Alagoas, pelo menos ainda se discute o percentual de reajuste, enquanto em outros Estados existe a discussão do pagamento de salários atrasados. “Os servidores precisam levar isso em consideração”, faz o apelo. 

George Santoro - que responde pela Secretaria da Fazenda - tem sido bastante resumido e objetivo em relação à questão: só é para discutir depois que o Congresso Nacional apreciar a lei que trata da renegociação das dívidas do Estado. 

Tudo isto fruto do caos administrativo-financeiro no qual o Brasil mergulhou.

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