São sete candidatos à Prefeitura Municipal de Maceió. O atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) busca a reeleição e os demais são os deputados federais Cícero Almeida (PMDB), João Henrique Caldas, o JHC (PSB), Paulão (PT); o professor Gustavo Pessoa (PSOL), o jornalista Paulo Memória (PTC) e Fernando do Village (PMN). Pois bem, recentemente, nas redes sociais lancei alguns pontos de desafios aos candidatos a vereadores. Trarei um texto sobre isto lá mais adiante.
Faço agora um desafio aos candidatos ao Executivo municipal: comprometam-se a não darem os postos de saúde aos vereadores eleitos.
Por qual razão digo isto? Bem, esta é uma prática histórica na administração municipal e persiste na gestão tucana: o loteamento dos postos de Saúde. Os cargos são distribuídos entre vereadores como uma das formas de angariar uma base aliada. Atualmente, são 18 vereadores que possuem cargos em postos de Saúde. Não quero dizer com isto que todas as mazelas da Saúde estão ligadas a este fato. De forma alguma. Muito menos que não há gente competente sendo indicada por vereadores. Até há! Esta não é a questão. A questão é o precedente que se abre.
Vejam: quando um vereador ocupa um posto de Saúde já compromete o papel fiscalizador que deve ter. Como ele fiscalizará, por exemplo, as práticas da Saúde “enfiado” dentro da pasta? Outro ponto: o risco destes postos de Saúde serem utilizados como “moeda eleitoral” se promovendo a institucionalização da compra de votos. A influência do vereador pode abrir portas para a ingerência política na marcação de consultas, por exemplo. Bati nesta tecla no início da gestão de Rui Palmeira. Apostei que o prefeito não adotaria tal prática. Mas, ocorreu o contrário. Errei, infelizmente, na previsão.
Já conversei com alguns vereadores sobre o assunto, durante entrevistas na Rádio Globo, quando lá trabalhava. Os que tinham cargos nos postos de Saúde eram unânimes em dizer que “não havia ingerência” e que existia a preocupação do vereador em fazer o posto funcionar direito, pois estava em risco a sua imagem. Qual a garantia disto? Quando o posto não funciona quem é atacado é o Executivo. Este é um daqueles casos em que o edil só conhece o bônus de ser “amigo do rei”.
Ainda que existam os vereadores honestos que indiquem pessoas honestas e cobrem que o posto funcione da forma adequada, a prática abre portas para o “mal-feito”. É por isto que deve ser combatida, pois de “boas intenções” o inferno está cheio. Então, aqui vai o desafio: qual o prefeito que se compromete em não distribuir os cargos de postos de Saúde entre vereadores e aproveitar ao máximo os profissionais de carreira? Aguardo resposta.
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