O ex-presidente Lula, o brasileiro mais honesto segundo ele próprio, virou réu em uma ação penal, junto com o ex-petista e ex-senador Delcídio do Amaral e mais cinco acusados por crime de obstrução das investigações da Lava Jato, a operação que desmantelou o bilionário esquema de corrupção na Petrobras.
Ontem, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara do Distrito Federal, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra os envolvidos. O nó da questão é a tentativa de se impedir que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, assinasse delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
A posição de Lula no caso é de comandante dessa operação fracassada.
Há indícios de que “Lula atuou diretamente com o objetivo de interferir no trabalho do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Ministério da Justiça, seja no âmbito da Justiça de São Paulo, seja do Supremo Tribunal Federal ou mesmo da Procuradoria-Geral da República”, contextualiza a denúncia do Ministério Público Federal. Ligações telefônicas, extratos bancários e e-mails revelam que o ex-presidente impeliu o ex-senador Delcídio do Amaral a adotar medidas para a compra do silêncio de Cerveró, aponta ainda o Ministério Público Federal.
O objetivo era evitar que Cerveró delatasse Lula e um de seus amigos mais próximos, José Carlos Bumlai, no petrolão.
A propósito, além de Lula e Delcídio, figuram como réus nesse mesmo processo o ex-controlador do Banco BTG André Esteves, Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete de Delcídio; o empresário José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, e o advogado Edson Ribeiro.
Mas para Lula, é apenas o Ministério Público e o Judiciário o perseguindo politicamente.
Inocente até o topo, o petista continua a fazer pose de vítima e acredita que com isso salvará a própria pele e o PT para as eleições de 2018. Sim, porque para as eleições deste ano o PT não terá fôlego eleitoral.
É viver, para ver.