Com a benção do senador Fernando Collor de Mello (PTC), o pré-candidato do PTC à Prefeitura Municipal de Maceió, Paulo Memória, segue costurando um leque de alianças com partidos tidos como “legendas menores”. Memória é uma “aposta” de Fernando Collor no pleito, que - ao que tudo indica - resolveu não apoiar os parceiros tradicionais, dentre os quais o senador Renan Calheiros (PMDB). Ao menos, oficialmente.
Calheiros e o seu PMDB marcha ao lado do deputado federal licenciado e pré-candidato Cícero Almeida (PMDB). Do outro lado, polarizando a eleição (ao menos segundo as recentes pesquisas) está o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB). Nomes como o de Memória surgem como a tentativa de um terceira ou quarta via.
No dia de ontem, Memória apresentou sua frente partidária. Apesar da benção, Collor não se fez presente. A aliança conta com o PRTB (do dirigente partidário Adeílson Bezerra), o PPL, o PMN, o PEN e o PSDC. Uma das preocupações principais de Bezerra, que desde o ano passado trabalha na formação do vem chamando de “G-8”, é garantir uma estratégia que garanta eleições de vereadores. Será este o maior objetivo do grupo?
Paulo Memória - entretanto - afirma que sua candidatura é para valer. Ele ressalta que se trata de um projeto elaborado em defesa de “uma nova política em Alagoas, sobretudo em um momento de crise institucional que se abate no Congresso Nacional”. “Apresentar-se como o novo não é o caminho para atender a demanda que vem das ruas. É preciso fazer mais, ir além do discurso fácil e midiático colocado nas redes sociais. Tenho certeza de que essas máscaras vão cair em breve”, destacou.
Todavia, que máscaras? Quem usa máscaras, Paulo Memória? Ele não cita os nomes. Vale lembrar que no olho do furação do cenário de crise do Congresso Nacional está também Fernando Collor de Mello, que foi um dos aliados forte do governo e sobre o qual pesam acusações da Lava Jato. O padrinho político de Memória também tem o que explicar. Além disto, nas alianças de Memória também há caras que não são exatamente novas e pessoas que já estiveram em propostas de governo que não são necessariamente o “diferente”.
Nos demais partidos da marcha do G-8 fica clara a preocupação com uma “coligação matemática”, que rendam cadeiras no Legislativo. Por sinal, contam com um dirigente que sempre se mostrou, de certa forma, hábil neste sentido. O pequeno PRTB, comandado em Alagoas por Adeílson Bezerra, já serviu de legenda para muita gente. Na Assembleia Legislativa, se elegeram por ele, Antônio Albuquerque e João Beltrão, por exemplo. Na Câmara Municipal de Maceió, Aparecida do Luiz Pedro. Todos estes depois mudaram de partido.
Quem também teve êxito no PRTB, nas eleições passadas, foi o próprio candidato do PMDB, o deputado federal Cícero Almeida. Vale lembrar que Almeida foi candidato a uma das cadeiras da Câmara pela sigla de Bezerra. Depois vieram os desentendimentos e só neste mandato Cícero Almeida já passou pelo PSD até chegar ao PMDB.
Por isto que Bezerra afirma, com base nos resultados anteriores, que o PRTB tem uma projeção positiva na capital e pretende repetir a fórmula no interior, mantendo um bloco de sete a oito partido (ou até mais, caso consiga). Por esta razão, o nome G-8. Paulo Memória - que presidente o diretório estadual do PTC - aparece como capitão deste grupo. Mas uma pergunta em aberto, já que o filiado ilustre do PTC não se fez presente: o que Fernando Collor de Mello espera deste grupo que se forma? Com a palavra, o senador.
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