Para mim, a atividade política jamais pode ser vista como um fim em si. A política é uma atividade meio, pela qual, as pessoas apresentam projetos e ideias que possuem outros fins; e não simplesmente a manutenção de projetos de poder. Para, evidentemente, que estes projetos e ideias andem, é necessário um espectro político sadio onde não se demonizem pensamentos, que são, como diria Mises, os que iluminam escuridão, mas que se tenha cobranças e críticas em relação a estes. No lugar de demônios, ideias.
No Brasil, infelizmente, a atividade política virou algo a ser demonizado em função do abismo entre os partidos, a classe política, e aquilo que deseja a população. Há muito que nossos políticos se distanciam das necessidades reais de um povo, agigantam o Estado e se vendem como “salvadores da pátria”, enquanto nadam em benesses. Dentro deste contexto, se as pessoas que cobram mudanças não se envolverem com a política, as mudanças nunca chegarão.
Envolver-se com política não significa apenas ter um partido. É possível este engajamento sem sequer ser filiado, mas apresentando pautas e participando ativamente das discussões, construindo projetos e, consequentemente, um espectro sadio no campo das ideias.
Anima-me bastante quando vejo isto nascer, sobretudo, entre os mais jovens. É o caso do Frente Pela Liberdade. Quando estes jovens buscam fugir de toda e qualquer doutrinação para estudar e pensarem por si mesmos, compreendendo a política como esta atividade meio para proteger valores de uma sociedade, edificar mudanças, fugir do politicamente correto e não ficar apenas reféns daqueles que são “senhores do poder”, um grande passo está sendo dado.
Concordo com o cientista Albert Einstein quando ele coloca a política justamente neste patamar e frisa: “O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”. É o meu também, mas em um entendimento profundo do que quer dizer esta palavra “democracia”. Por isto que Eça de Queiroz - o escritor português - tem razão ao sentenciar que políticos e fraldas devem ser observados e trocados de tempos em tempos pelos mesmos motivos. Uma ironia perfeita que se aplica, sem sombra de dúvidas, ao Brasil.
Fora isto, o triunfo da moral sobre a política deve ser uma constante. Que os mais jovens nunca percam isto de vista. É como diz Henri David Thoreau: “Os homens hão de aprender que a política não é a moral e que se ocupa apenas do que é oportuno”. O que é diferente da concepção absurda de Mao Tse Tung quando colocava que o poder político deveria nascer do “cano da espingarda”. Há quem ainda creia e professe isto, mas iniciativas como a Frente Pela Liberdade (FPL), mostram que é possível travar o bom combate e iluminar, com ideias, a escuridão.
Tornei-me um fã do FPL. São - em sua maioria - jovens estudantes que resolveram resgatar ideias que há muito estão esquecidas no Brasil, como as que apontam para um maior respeito para o indivíduo e suas liberdades e a crença de que isto só frutifica em um Estado que não se agigante, que não seja coercitivo, em que políticos não sejam vistos como mitos, mas como agentes para projetos essenciais a uma sociedade. Mais ainda, projetos com respeito à cultura, às tradições de um povo, a não imposição, à ordem espontânea, à propriedade privada, enfim…aos caros valores experimentados pelo mundo ocidental e que sempre serviram de base para as mudanças. Fora deles, tudo parece ser mesmo barbárie.
São jovens que aprendem - no cotidiano, ao travarem debates e estudos - muito sobre a arte da prudência tão pregada por Russell Kirk diante dos projetos megalomaníacos dos engenheiros-sociais. E saber disto, é dar a política a sua real dimensão para que não caiamos naquilo que o escritor Nelson Rodrigues já denunciava: “Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem”. Ou, como lembra Platão: “O castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus”.
O Frente Pela Liberdade, nos eventos que vem realizando, nos grupos de estudo que vem mantendo, e nas indicações de leituras que estão dando nas redes sociais é semente de algo muito importante. Por essas e outras digo: é uma boa iniciativa de jovens que se interessam por política, mas sem perder a real dimensão que esta possui. Eu indico que conheçam o Frente pela Liberdade. Eis aqui a página deles.
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