O enxadrista presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB) desistiu de sua cruzada contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Calheiros era o maestro de uma ofensiva contra Janot, ameaçando a deflagração de um processo de impeachment que tinha, como objetivo inicial, constranger o procurador diante dos andamentos da Operação Lava Jato.
Recentemente, a operação atingiu em cheio o coração do PMDB ao listar os seus poderosos.
Há críticas à atuação de Rodrigo Janot? Claro que há! Janot tem tomado atitudes que levam a questionamento sobre uma possível seletividade. Por exemplo, quando pediu a prisão de peemedebistas - dentre os quais Renan Calheiros - por tentar obstruir a Lava Jato.
Ora, se o critério for este, lá atrás, Janot também deveria ter pedido a prisão de ex-ministros como Aloisio Mercadante e outros que também tentaram barrar a Lava Jato. Se há Chicos, há Franciscos.
Este é um ponto.
Mas, não é isto - com toda certeza! - que mobiliza os peemedebistas e frente ofensiva do Congresso Nacional contra Rodrigo Janot. Lá, a questão é de sobrevivência. No intimo de muitos políticos, o medo do avanço da Operação da Polícia Federal e as consequências disto para o “núcleo político”.
Por isto, Renan Calheiros cogitou o processo de impeachment e decidiu resgatar um projeto de lei que pode atingir a atuação do Ministério Público Federal (MPF). Todavia, Renan Calheiros - segundo informações da Folha de São Paulo - foi desaconselhado a seguir com a cruzada. Uma das vozes de sensatez teria sido do presidente interino Michel Temer (PMDB).
Razões: o pedido de impeachment é juridicamente fraco para se sustentar. O outro ponto é o desgaste político que esta guerra geraria.
Por sinal, são 11 pedidos de impeachment de Rodrigo Janot. Pelo visto, aquietaram a fúria de alguns peemedebistas e até mesmo de atores de outras legendas que tentam de tudo para parar a Lava Jato, mas até aqui nada conseguiram. Para eles, mais uma batalha perdida.
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