A maior operadora de telefonia fixa e a quarta de telefonia móvel do país, a “Oi”, entrou com um pedido de recuperação judicial na justiça do Rio de Janeiro, por conta do acumulado de dívidas que atinge a casa dos R$ 65 bilhões. O CadaMinuto entrevistou o advogado empresarial, com conhecimento em processos de recuperação judicial, Vicente Vieira, que orientou os usuários alagoanos durante este processo.

O especialista afirmou que a situação chegou a esse ponto, talvez por uma série de investimentos que não tiveram o retorno esperado. “O que aconteceu foi um planejamento que não foi bem feito. A empresa fez um planejamento de investimentos, esperou retorno, que não veio, especialmente nesses últimos dois anos, que o país vive uma crise muito forte. Ação do pedido de recuperação judicial, é uma tentativa de que a empresa consiga manter as suas atividades”, explicou.

A grande preocupação dos usuários é de prejuízos imediatos na utilização dos serviços da OI. Porém, o especialista afirma que não deve haver essa preocupação neste momento. “Não vejo prejuízo imediato para os consumidores. A empresa continua com suas atividades e quem vai sofrer mais são os credores da empresa. A empresa vai apresentar ao juiz a situação, dentro de uma forma inicial, superficial o que ela poderia fazer para sair dessa dificuldade e em 60 dias apresenta o plano de recuperação, para poder saldar esses débitos que foram acumulados”, disse.

Mas, em caso de falência decretada para a empresa, os usuários terão de seguir outro caminho para utilizar serviços do mesmo tipo. “Se eventualmente não fosse defediro o pedido, o que iria acontecer era que a empresa teria de perder seus bens, para que fossem honrados os compromissos que estão em aberto. Nesse caso, a empresa não iria mais operar e restaria aos usuários, realizarem a portabilidade e seguirem para outras operadoras”, afirmou.

Na última quinta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro, deu parecer favorável ao pedido de recuperação judicial da “Oi”. Se o Tribunal de Justiça carioca catar o pedido, a operadora terá 60 dias para elaborar plano de recuperação e, em seguida, buscar um acordo com os credores.