A presidente afastada petista Dilma Rousseff aderiu definitivamente às redes sociais.
É ela quem toca seu próprio perfil no facebook.
Dilma tem apostado no "face to face", um formato de perguntas e respostas para interação com internautas, com o objetivo de se aproximar de eleitores, ferramenta utilizada por ela em sua campanha à reeleição em 2014. Hoje, sua equipe de comunicação se limita a três pessoas: um assessor de imprensa, um fotógrafo e uma profissional especializada em redes sociais. Quando era presidente efetiva, tinha uma equipe de mais de cem pessoas sob o guarda-chuva da Secretaria de Comunicação Social.
Através das redes sociais, a petista adotou a estratégia de se contrapor a Temer.
Ela tem pedido a ex-ministros para desconstruir pontualmente anúncios feitos por Temer. Erros, gafes e tropeços da gestão Temer são ridicularizados em vídeos. O governo Temer é sempre classificado como "provisório e ilegítimo".
O primeiro vídeo foi feito pelo ex-ministro Ricardo Berzoini no dia em que foi revelada a gravação do então ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugerindo que era preciso dar um basta à operação Lava-Jato.
Berzoini disse que Jucá tinha que ser demitido.
De lá pra cá, doze ex-ministros ou secretários gravaram vídeos criticando a extinção do Ministério das Mulheres e do Ministério da Cultura (depois recriado por Temer), a política externa, o novo déficit público, a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia ao Ministério das Comunicações, o fim da Controladoria Geral da União, a reforma da Previdência e uma suposta ameaça aos direitos trabalhistas. Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda, escreveu texto crítico à nova meta fiscal assumida por Temer.
Os internautas têm respondido positivamente à Dilma.
E auxiliares próximos a ela garantem que a petista está entusiasmada com o facebook.
No Palácio da Alvorada, a rotina de Dilma começa cedo por volta das 6h da manhã, com um passeio de bicicleta. No café da manhã, lê todos os jornais e depois recebe os assessores que trabalham com ela e ex-ministros, que a visitam com frequência. Também tem recebido parlamentares que a apoiam e senadores que ainda não decidiram se votarão a favor ou contra o impeachment.
Lula esteve lá por duas vezes depois que ela deixou o Planalto.
Na agenda de Dilma, entrevistas à imprensa nacional e internacional têm sido prioridade.
Engana-se quem pensa que Dilma é uma carta fora do baralho.
Ela está ativa e disposta a retomar o mandato, nem que para isso tenha que se comprometer com a tese de eleição já para a presidência do Brasil, e passar o dia risonha, afável, aberta, e conversando com gregos e troianos.
Coisa que nunca foi de seu feitio, convenhamos.
(Com informações de O Globo)