Supera a casa de 60 as delações premiadas na Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras.

Já há quem diga que esse número chegou a 69, ao lado das 75 prisões preventivas, 1.237 procedimentos abertos, entre inquéritos, ações penais e de improbidade.

Noventa e três pessoas já foram condenadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

 No Supremo Tribunal Federal, há um réu — o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) —, vários políticos denunciados e 139 autoridades com foro privilegiado, como ministros e parlamentares, investigadas por corrupção e lavagem de dinheiro.

Quem presta informações sobre um crime que cometeu revelando novos atores, entregando documentos e indicando pistas para outras provas e devolvendo parte do dinheiro desviado tem direito a ter sua punição reduzida.

Em vez de ficar até 50 anos na prisão, o delator pode cumprir dois anos em regime fechado e o restante em detenção domiciliar, por exemplo.

A primeira fase da operação foi deflagrada em 17 de março de 2014.

Em praticamente dois anos e três meses, a Lava Jato também provocou a prisão e a cassação de um senador (Delcídio do Amaral), afastou o presidente da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha), revelou áudios comprometedores de políticos e empresários, e desnudou ao Brasil a cara, nua e crua, da política nacional.

A bola da vez é o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que se decretem as prisões do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), senador Romero Jucá (PMDB-RR), do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB). Todos acusados de tentativa de obstrução às investigações da Lava Jato.

A propósito, Janot enviou ao STF pedido para que o Supremo mande ao juiz federal Sérgio Moro as investigações sobre a suspeita de que o ex-presidente Lula também tentou prejudicar a operação. Em acordo de delação premiada, Delcídio acusou Lula de tentar evitar que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró colaborasse com a Lava Jato.

É o Brasil de hoje, cada vez mais constrangido na política.

(As informações são do Correio Braziliense)