Em Alagoas, o novo ministro dos Transportes, o deputado federal licenciado Maurício Quintella (PR), tem esbanjado confiança apesar da crise pela qual o Brasil atravessa.
O parlamentar – no recente encontro com o governador Renan Filho (PMDB) – falou na possibilidade de ações em Alagoas que somem R$ 100 milhões.
Todavia, o ministério de Quintella esbarra em algo que também é dificuldade para a maioria dos ministros do presidente Michel Temer: recursos diante de um rombo que ultrapassa os R$ 170 milhões. Serão dois anos que o país ou tem a capacidade de um planejamento cirúrgico para garantir continuidade de obras, ou piorará ainda mais o que já anda muito difícil.
No Estado de Alagoas, são várias promessas feitas pelo governo federal que correm o risco de não serem cumpridas. Dentre elas, o novo módulo do Canal do Sertão, por exemplo. Mas esta não está ligada à pasta de Quintella. Porém, é necessária a ilustração.
O ministro aposta que a revisão de meta dará ao governo um quadro melhor da realidade. “A meta do governo anterior era absolutamente irreal”, frisou Maurício Quintella. Mas mesmo que a realidade seja melhor, ainda assim ela é desesperadora. O quadro – e não é segredo – é de completa restrição fiscal. Maurício Quintella reconhece isto.
“A revisão da meta ampliará o nosso limite orçamentário para que o governo cumpra algumas ações que estavam planejadas. E aí sim, ter condições de reprogramar o que não seria possível se a meta não fosse aprovada”, salientou ainda o ministro.
Quintella sabe, entretanto, que para garantir ações de seu ministério, mais que a questão da meta, há necessidade de acelerar concessões e privatizações. Um agenda indigesta e que vai cobrar coragem do próprio presidente Michel Temer (PMDB). Afinal, do outro lado está o discurso ideológico.
Temer já mostrou que cede a este discurso. Vai ceder sempre?
De acordo com Quintella, o governo quer ser ágil neste ponto. “Foi criada uma secretaria nacional para parcerias e investimentos coordenada pelo ministro Moreira Franco para isto”, diz o ministro dos Transportes. Segundo ele, o próprio presidente interino Michel Temer estará à frente de um conselho para ratificar prioridades e tocar concessões”.
Eu desconfio que Quintella terá bem mais dificuldade do que as que contabiliza.
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