Com o início da greve dos agentes penitenciários de Alagoas, no mesmo dia em que os policiais civis voltaram ao trabalho, as visitas aos reeducandos de todo o Sistema Prisional estão suspensas por tempo indeterminado. A partir desta sexta-feira, 13, só serão mantidos os serviços essenciais.

Há uma semana, os agentes realizaram uma paralisação de advertência que durou 72 horas, quando suspenderam as visitas nas sete unidades prisionais de Maceió e no Presídio do Agreste.

Em entrevista ao CadaMinuto, o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen), Petrônio Lima, explicou que a suspensão das visitas durante paralisações e greves da categoria acontece por questões de segurança.

Além da realização de concurso público, os agentes reivindicam a implantação de piso salarial de R$ 4 mil e o pagamento de adicional por insalubridade, entre outros pontos.

Em nota divulgada agora a tarde, o governador Renan Filho (PMDB) pediu “serenidade” aos grevistas e esclareceu que a paralisação está relacionada a uma decisão do Poder Judiciário autorizando que alguns agentes contratados tenham mais atribuições.

Sobre as cobranças pela realização de concursos públicos, o chefe do Executivo disse que pretende consolidar o aumento o efetivo na Segurança Pública durante sua gestão, mas, agora, o Estado precisa aguardar “como vai soprar os ventos do novo Governo Federal”.

“Nós não podemos garantir esse tipo de coisa sem saber qual o rumo que o país vai tomar, nós estamos vivendo um momento único na nossa história, também estamos vivendo a maior crise da história republicana, onde o PIB, nos últimos três anos caiu, ou deve cair, até o final deste ano, próximo de 10% de forma acumulada, e isso significa dizer que todos os governantes têm que ter muita prudência e serenidade para pagar o salário em dia e, só depois disso, pensar em aumento de salário e novas contratações”, pontuou.

Suspensão de visitas

Com as visitas suspensas, é possível que ocorram protestos de familiares dos reeducandos em frente ao Sistema Prisional, mas, segundo o presidente do Sindapen, Kleyton Anderson, não há como prever se isso irá ocorrer neste final de semana. “O que vai acontecer nos próximos dias é uma incógnita, os reeducandos podem reivindicar e os familiares também, mas não sabemos”, comentou. “Não podemos deixar de fazer uma grave por causa disso”.

Número de agentes 

Quando perguntado sobre quantos agentes penitenciários estão trabalhando durante a greve, o presidente ressaltou que não há como diminuir o número de agentes, já que, no presídio Baldomero Cavalcanti, por exemplo, tem apenas dez agentes para mil reeducandos. “Se diminuir o número, só trabalhará três agentes por dia e não tem condições de fazer isso. Então, estamos trabalhando com 100% da categoria”.

Com relação à superlotação, o presidente do Sindapen falou que o presídio Baldomero Cavalcanti foi projetado para 400 presos, mas hoje tem 600 pessoas a mais.

 

Colaboradora*