Bandidos com fuzil calibre .50 e policial morre por não ter arma

11/05/2016 08:41 - Bene Barbosa
Por Bene Barbosa
Image

Nesta madrugada, dia 10, a polícia de São Paulo apreendeu 8 fuzis em poder de uma quadrilha. O armamento era composto de quatro AK-47, dois AR-15, um FAL e um poderoso Barret calibre .50BMG. Esse arsenal foi utilizado ao ataque à uma empresa de transporte de valores no litoral paulista onde dois policiais militares acabaram mortos no confronto desigual. Detalhe assustador é que ambos morreram com apenas um disparo que teve poder para transfixar ambos policiais e seus coletes balísticos. Os policiais tinham ao seu dispor apenas armas em calibre .40S&W.

Para se ter uma ideia mais clara da diferença do poder de fogo entre os criminosos, o cidadão e as forças policiais, farei uma breve comparação entre os calibres, levando em conta a energia cinética desenvolvida pelos mesmos. Então vejamos o armamento dos criminosos: fuzil AR-15 em calibre 5,56mm com 1.800 joules; fuzil AK-47 em calibre 7.62x39 com 2.100; fuzil FAL em calibre 7.62x51 com 3.800 e finalmente o fuzil Barret em calibre .50BMG com estratosféricos 15.000 joules! Enquanto isso uma pistola em calibre .380 ACP - calibre máximo disponível ao cidadão e que, por conta da burocracia e legislação, acaba sendo a única opção de muitos policiais quando de folga) tem energia de apenas 270 joules. O calibre .40S&W, usado pela maioria das polícias no Brasil, desenvolve 576 joules.

Se isso não basta para se ter uma ideia do disparate entre o armamento empregado contra as forças de segurança e cidadãos, informo que, enquanto os policiais terão que chegar a no mínimo 50 metros para efetuar disparos com alguma chance de acerto, poderão ser atingidos em até mil metros de distância e para completar a realidade, os coletes dos criminosos são capazes de parar projéteis dos calibres normalmente usados pelos policiais, já o inverso não é verdadeiro uma vez que estamos falando de disparos de fuzil. O que acontecerá com esse armamento? Será destruído, pois é isso que determina o malfadado Estatuto do Desarmamento. Como é bom viver em um país rico que pode destruir milhares de dólares em armamento! E por falar em Estatuto...

Temos uma legislação que trava, dificulta e muitas vezes impede que até mesmo policiais adquiram armas e munições para sua defesa e treinamento. Máximo – e trágico - exemplo disso foi o caso do 35º policial morto no Rio de Janeiro este ano. Evaldo César Silva de Moraes Filho, de 27 anos, foi atingido por um tiro na cabeça por volta das 19h, dentro de seu carro, quando chegava para trabalhar na UPP do Complexo do Alemão. O soldado estava DESARMADO pois a documentação da sua arma particular, o CRAF – Certificado de Registro de Arma de Fogo – não foi emitido por... FALTA DE PAPEL! Gravidade maior ainda quando soube, por denúncia de outros policiais fluminenses, que tal situação se arrastava desde 2014 e que há turmas inteiras igualmente desarmadas quando estão fora de serviço!

Esse é o retrato da nossa segurança pública. Um retrato sombrio, assustador e imutável mesmo depois de anos de fracassos consecutivos com as políticas de desarmamento, com a ideia que cadeia não resolve, com a polícia enxugando gelo ao apreender armas que serão rapidamente repostas e prendendo bandidos que serão colocados em liberdade em pouco tempo. Os bandidos agradecem.

 

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..