O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), usou das redes sociais para elogiar a posição do pai, o senador Renan Calheiros (PMDB), em manter o rito de impeachment e, naquele momento, ignorar a decisão do presidente da Câmara de Deputados, Waldir Maranhão, que queria revogar os atos da Casa.

Waldir Maranhão – após a polêmica – revogou o próprio ato. Mas, já era tarde, Renan Calheiros já havia se posicionado mantendo a votação do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) para amanhã, dia 11.

A decisão de Renan Calheiros se deu em uma sessão tumultuada, na qual enfrentou a ira dos senadores petistas.

Renan Filho foi sucinto em sua mensagem: “Decisão acertada. Ninguém tem o direito de, monocraticamente, substituir uma decisão do plenário da Câmara”. De acordo com o governador, o presidente do Senado Federal agiu de forma serena e com “coragem para tomar a decisão”.

De fato, a decisão de Renan Calheiros foi a correta e preservou a democracia. Pontualmente, merece o elogio. Acertou. Waldir Maranhão – como um soldado do governo federal – quis tumultuar o processo, mas não encontrou respaldo no Congresso Nacional. Teve apoio apenas de petistas e de suas linhas auxiliares.

Quando Maranhão percebeu que colocou o próprio mandato em risco, por conta da possibilidade da quebra de decoro, recuou. Acabou ficando feio para o próprio Waldir Maranhão e para o governo federal, que deixou claro que pretende usar de todas as artimanhas para atrapalhar o processo.

Calheiros deve conduzir – no dia de amanhã – uma sessão tumultuada. A fala de Renan Filho chama atenção também pelo contexto. O peemedebista que governa Alagoas é um aliado da presidente Dilma Rousseff. Foi assim durante a campanha eleitoral de 2014, quando o PMDB marcou ao lado do PT em Alagoas.

Na Terra dos Marechais, o PT é ainda um fiel aliado do governador Renan Filho. Ocupa a pasta do Trabalho, com Joaquim Brito, por exemplo. Por sinal, uma boa pergunta: como o PT local avalia a decisão do senador Renan Calheiros de deixar o rito do impeachment correr sem as interferências como as que quis Waldir Maranhão? Waldir é que tentou ser um golpista. 

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