O presidente da Câmara de Deputados, Waldir Maranhão (PP), revogou a decisão dele mesmo que tentava anular a votação do processo de impeachment naquela Casa. Usou do resto de inteligência que lhe sobrava...
Porém, Waldir Maranhão cometeu um ato grave de desrespeito com o plenário da Casa. Está sujeito até de responder por quebra de decoro parlamentar. Esta discussão não pode ser esquecida simplesmente porque Maranhão voltou atrás. É preciso detalhar os bastidores de sua primeira decisão.
Democratas e PSD encaminharam, no dia de ontem, 09, uma representação contra Waldir Maranhão ao Conselho de Ética e à Mesa Diretora. Os partidos alegam que o parlamentar abusou das prerrogativas como membro do Congresso Nacional ao assinar a anulação da votação do impeachment. Exatamente o que ocorreu.
Ele viola os deveres fundamentais que devem ser observados pelos deputados federais. Dentre estes, a obrigação de respeitar as decisões legítimas dos órgãos da Casa. Se o malabarismo do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB) eram condenáveis, as trapalhadas de Maranhão, esteja ele a serviço de quem estiver, também são. E apesar dos bastidores, Waldir Maranhão é maior de idade e tem CPF próprio. Sabia muito bem o que estava fazendo. Então que se explique ao plenário.
Maranhão é acusado de fraudar o andamento dos trabalhos legislativos. O revogar do ato que gerou a discussão não elimina a conduta de Maranhão. Se não fosse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), para barrar o plano governista, este tinha passado. Waldir Maranhão não seria a “Madalena arrependida da Câmara” onde muitos possuem pedras e pecados.
“A conduta praticada pelo deputado Waldir Maranhão, ao anular uma decisão legítima e soberana do plenário da Câmara dos Deputados, é indigna para aqueles que desempenham a magna função de representar o povo, formular as leis e fiscalizar os demais Poderes da República”, defende a representação.
Da bancada alagoana, quem comentou o assunto foi o deputado federal Pedro Vilela. O tucano diz o óbvio: “Quanto a Maranhão, esse deve sérias explicações ao Plenário da Câmara dos Deputados e ao Brasil”.
Vilela destaca que apesar dele ter voltado atrás e revogado “seu tresloucado ato que anulava a sessão de impeachment”, ainda deve as explicações. É preciso que os deputados federais investiguem se houve estas reuniões de bastidores que entre Maranhão e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Cardozo é advogado da União e não de Dilma Rousseff. É preciso que se entenda esta diferença.
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