Conversei, no dia de ontem, 07, com o secretário da Fazenda do Estado de Alagoas, George Santoro. Ele tem lidado com a dificuldade de manter as contas do Estado em dia em função da queda dos repasses do Fundo de Participação Estadual (FPE), da crise econômica e, consequentemente, as dificuldades para arrecadação.

Santoro tem se mostrado – nas mais recentes entrevistas – preocupado com a possibilidade de atrasos de salários em um futuro próximo em função da crise.

Em entrevista a este blog, já salientou que a saída da presidente Dilma Rousseff (PT) – em sua visão – não resolve a crise, mas “traz perspectivas positivas para o mercado”.

Agora, na eminência do afastamento da presidente, que já é tido como inevitável, indaguei ao secretário sobre as expectativas em relação a um governo de Michel Temer (PMDB). George Santoro fala por frases curtas, mas afirma que há esperança, com a mudança de governo, de que as coisas melhorem. “É a expectativa. É o que nós esperamos. Esperamos que sim, que haja melhora no cenário”.

“Eu não digo que o governo Temer seria um melhor momento para o país. Eu digo é que a gente tem que ter uma perspectiva melhor para o país. E a única alternativa que se apresenta é esta (o afastamento da presidente e a posse de Michel Temer)”, salientou o secretário da Fazenda.

Em relação à preocupação com os compromissos do Estado, sobretudo folha de pagamento, George Santoro destaca: “a gente tem perigos, mas temos uma perspectiva de riscos que estão mais para frente. Agora, neste momento, nós não passamos por este risco. Todavia, temos que trabalhar para permanentemente evitar esta situação”.

Santoro deixa claro que a mudança de governo federal pode ajudar neste sentido, justamente em função da resposta que o mercado poderia dar. A semana que se inicia será decisiva neste sentido. Com o relatório que recomenda o afastamento de Dilma Rousseff aprovado, o Senado Federal deve votar por este afastamento.

Os “mapas do impeachment” – feitos por alguns sites e movimentos de rua – apontam 46 votos para o afastamento. Um detalhe: há 12 senadores indecisos e 23 contrários. Ou seja: Dilma Rousseff pode ainda perder por mais de 46 votos. Só é necessário a maioria simples entre os 81 senadores.

Agora, para o impeachment se concretizar são necessários 54 votos. 

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