O senador Renan Calheiros (PMDB) – apesar dos muitos inquéritos que coleciona no Supremo Tribunal Federal em decorrência da Operação Lava Jato – não enfrenta o mesmo inferno astral que o correligionário e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Cunha – por sinal – não pode ser esquecido. Não tem condições de presidir a Câmara.
Antes de mais nada, vale frisar: estão corretas as cobranças em relação à insustentável presença de Cunha no comando da Câmara. Todavia, contra Calheiros também pairam denúncias que deveriam gerar as mesmas cobranças. Mas, Renan Calheiros é um aliado dos governistas. Logo, ninguém questiona a sua legitimidade para conduzir o processo no Senado Federal.
A cada passo, Renan Calheiros ainda dá mostra do porquê que é esquecido pela “maré vermelha”. A mais recente se dá em função de sua posição em relação à votação do processo de impeachment. Calheiros já tem dito que não vai votar, mas – conforme publica o blogueiro Fernando Rodrigues – quer emplacar uma votação aberta, porém com painel eletrônico.
O motivo: livrar a presidente Dilma Rousseff (PT) dos incômodos discursos de opositores, uma vez que é dado como certo o afastamento. Quem quer defender Dilma Rousseff nos microfones ao votar contra o impeachment parece não fazer questão. Evitar discursos tidos como constrangedores é o que interessa.
Assim, os 81 senadores apertariam o botão todos ao mesmo tempo. Além disto, uma questão: não entra em cena discussão sobre o “efeito manada” pró-impeachment. Lembram que esta discussão ocorreu antes da votação da Câmara de Deputados? Pois é. É o jeito isento de Renan Calheiros...
Vamos aguardar as vozes oficiais para saber se confirmam ou não o que já é bastidor desde ontem.
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