Conversei, na manhã de hoje, dia 29, com a assessoria direta do governador do Estado de Alagoas, Renan Filho (PMDB), sobre a situação do Porto de Maceió, que segue ocupado pelos policiais civis. Cada dia de ocupação, representa – conforme a direção do próprio Porto – um prejuízo de 100 mil dólares.
A assessoria de Renan Filho diz que o governador está preocupado e tem mantido contato todos os dias com secretários de estado, como Planejamento e Fazenda, na tentativa de construir uma contraproposta. Porém, segundo o próprio governador, qualquer percentual ofertado vai estar distante do que querem os policiais.
A assessoria do governador lembra que uma das preocupações do Executivo é não conceder aumentos que resultem, lá na frente, no atraso das folhas salarias. É lembrada a situação de estados da federação que já enfrentam isto.
De acordo com Renan Filho, conforme a assessoria, o governo já se preocupa com a situação do abastecimento. O governo do Estado informa que há apreensões em relação ao setor de combustível e aos hospitais. “Em algumas unidades já falta o oxigênio”, colocou um dos assessores do governador, o jornalista Carlos Eduardo Epifânio.
“O governo não tem como dar um reajuste de 170%. O governo não pode pagar”, ressalta Epifânio. O setor de comunicação do Tribunal de Justiça informou aos jornalistas que integrantes do Sindpol irão se reunir com agentes e escrivães nesta sexta-feira (29), às 11h. Eles discutem se irão deixar ou não o Porto de Maceió, que está ocupado desde a última terça-feira, repito. A matéria sobre a reunião está publicada no CadaMinuto.
Ontem a noite houve reunião, mas infrutífera. O governo do Estado tem feito de tudo para evitar de usar a força para o cumprimento da decisão judicial que obriga a desocupação. O Tribunal de Justiça tem entendido e buscado o diálogo.
Agora, reforço a cobrança que fiz ontem: o governador Renan Filho precisa falar, ele mesmo, sobre o assunto.
Não condeno a pauta dos policiais. Não se trata disto. Profissional da segurança tem que ganhar bem e exerce uma função nobre que admiro.
Eles buscam - e isto é legítimo - ganhar salários melhores. Pela profissão que exercem, repito, merecem. Há outras questões, que envolvem a crise econômica, mas isto não retira a reivindicação justa. É negociar e chegar a consenso. O bom senso, gente.
Agora, o Porto nada tem a ver com a história e está tomando prejuízo. Eu sei que o governo divulgou notas. Li duas. Mas não é a mesma coisa do governador falar o que pensa sobre o assunto. Chegou um momento em que ele deve falar, ao meu ver.
É um economista. Sabe dos prejuízos acumulados no Porto. Tem a capacidade de detalhar. Além disto, a figura do chefe do Executivo falando mostraria de forma mais clara a preocupação do Estado.
PS: após a publicação deste post, o governador concedeu entrevista à Rádio Correio. As falas dele estão em matéria do CadaMinuto. A cobrança desta postagem foi feita antes do pronunciamento.
Estou no twitter: @lulavilar