A presidente Dilma perdeu na Câmara dos Deputados, mas está convencida de que vira o jogo no Senado, para onde segue ainda nesta segunda-feira o seu processo de impeachment.
Segundo o seu porta-voz político, o advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, ”a presidente não irá fraquejar e renunciar”. Ao contrário, diz ele, embora tenha recebido o resultado da votação, 367 votos a favor do impeachment e 137 contra, com “tristeza e indignação”, Dilma “não cruzará os braços” nessa nova fase do jogo.
Foi-se uma batalha, mas não a guerra, acredita o Palácio do Planalto.
Cardozo aposta que o Senado fará um julgamento mais técnico do que político, e nessa seara ele continua a defender que a presidente não cometeu crime de responsabilidade. “Na Câmara, nós não conseguimos analisar provas. Não houve coleta de provas, não houve testemunha, não houve perícia. No Senado, é diferente. Tem de ter prova, tem de ter julgamento dentro do que a lei escreve”, aposta o petista.
Mas, por mais técnico que seja o julgamento dessa causa, não há como ignorar o sentimento políticos dos julgadores.
Tampouco há como negar que a pressão das ruas influenciará o julgamento, mais a favor do que contra o impeachment.
Levantamento do portal de notícias do jornal Estado de São Paulo aponta que 45 dos 81 senadores já se posicionam a favor do impeachment da presidente e 21 contra. Seis estão indecisos e nove não quiseram responder. Da bancada alagoana, o senador Benedito de Lira (PP) anunciou que votará com a bancada governista; Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTC) não responderam.
Com o voto de Biu de Lira, o placar favorável ao governo sobe para 22.
Em todo caso, o jogo acontecerá em outra arena e com outros jogadores, embora a maioria das estratégias deva ser mantida, de um lado e de outro. A bola, agora, está com o presidente do Senado, Renan Calheiros, a quem o governo credita ser um aliado. Pelo menos, por ora.
É aguardar o desenrolar dos fatos daqui por diante.