Circula nas redes sociais um print de uma conversa em um grupo de juristas do WhatsApp, na qual um advogado alagoano lança a proposta de ocupar e incendiar sedes de instituições e órgãos de imprensa de Alagoas. No grupo denominado Juristas em Defesa da Democracia, o advogado Adriano Argolo propôs em pelo menos dois momentos na manhã desta sexta-feira (15), os atos de vandalismo contra as sedes do Tribunal de Justiça de Alagoas, a Ordem dos Advogados do Brasil e “órgãos de mídia”.

A proposta que já “viralizou” e se espalha pelas redes sociais, mesmo se for uma brincadeira, mereceria o repúdio de quem defende verdadeiramente a democracia. Pois incita irresponsavelmente a violência não apenas contra as instituições democráticas, mas contra toda a sociedade.

O grupo é formado por advogados e magistrados. E traçava estratégias da mobilização contra o impeachment da presidente Dilma.

 

"Brincadeira" muito séria

Argolo negou a seriedade da proposta. Diz que foi uma brincadeira: “Kkkkkklkkklkklkkkk. Falei isso brincando. Deixei de ser o Adrianinho paz e amor, virei, o Adrianão fogo e paixão. O Brasil tá muito chato, fascista, ninguém pode brincar mais com nada. Abs”, reagiu o advogado, ao responder se a proposta procedia, ao ser questionado pelo Blog do Davi Soares, via WhatsApp.Adriano Argolo sentiu o peso se suas próprias palavras, ao afirmar que "o Brasil está muito chato, ninguém pode brincar em uma conversa privada". E encaminhou a seguinte mensagem ao Blog: 

"Minha vida é o meu testemunho, sempre fui brincalhão e pacífico. Falei, agora a pouco, com dois desembargadores, Tutmés e José Carlos Malta, eles compreenderam a brincadeira. Lembro que quando o TJ/AL foi atacado de forma gratuita por vários deputados ditos taturanas, quem levou os movimentos sociais para prestar apoio ao tribunal fui eu, portanto, defendo o direito de brincar em conversas privadas e condeno a descontextualização das conversas vazadas", disse Adriano Argolo.

O advogado criminalista Welton Roberto repudiou a atidude e deixou o grupo de juristas em que a proposta foi feita, deixando a seguinte mensagem: 

"Pessoal, boa tarde. Enquanto cumpria minha missão em difundir palestras contra o golpe aos alunos do IFAL-Maceió, tomei conhecimento do vazamento de um print, ou vários deles sei lá de uma ideia que eu levei na brincadeira sobre tocar fogo no TJ e na OAB feita pelo Adriano Argolo e que está tomando proporções que fogem da perspectiva e finalidade deste grupo. Estou sendo alvo de questionamentos acerca disso enjá soube que a imprensa vai noticiá-lo de forma criminosa. Reitero que o grupo foi criado com outra perspectiva e finalidade e por acreditar que ele não cumpre mais sua função, deixo os amigos por aqui colocando-me à disposição a continuar na luta por mais democracia. Abs". 

A sociedade aguarda manifestações oficiais do TJ e da OAB, além do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, que não devem silenciar diante da repercussão de palavras que podem incitar atitudes golpistas, vindas de pessoas que não preservam o equilibrio ao combater o processo de impeachment com o lema de que "Não vai ter golpe".

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