O secretário da Fazenda, George Santoro, tem sido de uma honestidade intelectual ímpar neste momento ao descrever o cenário da crise econômica na qual o Brasil se encontra e o quanto isto afeta Alagoas.

Infelizmente, o recado de Santoro nem sempre é escutado. Por vezes, não é escutado nem no próprio governo. Há na base do governador Renan Filho (PMDB) quem ainda defenda que a crise é invenção midiática, além de tudo aquilo que se inclui na cantinela do “É golpe!”.

Já mostrei esta honestidade intelectual de Santoro aqui no blog, em uma longa entrevista, onde ele dizia claramente que a saída de Dilma Rousseff (PT) não resolve os problemas graves da economia brasileira (causados por estes últimos governos do PT), mas que melhoraria a perspectiva e a expectativa do mercado.

Santoro colocou ainda que o governo estadual, mesmo fazendo a lição de casa, não pode fazer previsões em longo prazo, mas apenas em curto e médio. Que o governo estadual ainda trabalha com muito cuidado, pois diante da redução de repasses, não pode dar passo em falso.

A nova entrevista de Santoro que deve ser lida por todos os alagoanos foi concedida à jornalista Niviane Rodrigues, no jornal Gazeta de Alagoas. O titular da pasta reforça que o governo vem sustentando seus compromissos graças às medidas adotadas que versavam sobre contingenciamento e corte.

Mas, diante das quedas de repasses, estas medidas não parecem ser o suficiente para evitar atraso de folha, ou parcelamento de salários.  Claro, este é o último recurso a ser empregado e Santoro deixa isto bem claro.  Eis uma de suas declarações: “O momento é muito difícil. Estados estão atrasando salários. Outros, parcelando salários porque a arrecadação vem despencando. Não é simples o momento vivido pelo País”, afirmou o secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro.

Niviane Rodrigues é direta na pergunta. Indaga sobre a manutenção dos salários em dia. Santoro responde:  “Não dá para descartar isso. Hoje não dá para traçar cenários. Não consigo nem prever semana que vem. Você vê todos os dias os indicadores econômicos, sobem ou descem. Ninguém sabe para onde vai caminhar, aonde vai chegar. É um momento em que não existe uma expectativa racional. Vamos ter que aguardar”.

Se as expectativas ou perspectivas de mercado são melhores se Dilma Rousseff sair, levando em consideração o que já foi afirmado por George Santoro, o governador deve estar torcendo por isto em seu íntimo, mas sem declarar, obviamente, em função da conjuntura política. 

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