Os posicionamentos dos deputados federais alagoanos em relação ao impeachment tem gerado capítulos a parte nesta história que se encerrará – ao menos na Câmara de Deputados – no domingo próximo.
É natural.
De um lado, os manifestantes favoráveis ao impeachment apoiarão as decisões dos deputados que votarem contra Dilma Rousseff (PT). Do outro lado, receberão apoios os parlamentares que foram contra o impeachment. O mesmo se dará com as críticas, mas em sentido inverso.
Mas, na bancada já há quem se desentenda e parta para o ataque.
Um destes capítulos me chamou a atenção. O ataque frontal de Paulão (PT) ao colega de bancada Maurício Quintella Lessa (PR). O petista deu entrevista ao jornal Tribuna Independente e chamou – em uma de suas declarações – Quintella de “traidor contumaz”.
Destaco o trecho da entrevista de Paulão: “o problema é que Maurício tem esse comportamento de romper politicamente, mas mantendo suas indicações”. O petista se refere aos cargos federais que Quintella indicou. Acusou ainda o deputado do PR de ter traído o ex-governador e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) em eleições passadas.
“Se eles [indicações de Maurício Quintella] não forem exonerados, isso será um mau exemplo. O Maurício possui indicações em cargos federais em Alagoas desde o governo Lula, mas na última eleição votou em Aécio Neves”, complementou. Paulão desafiou Quintella a entregar os cargos.
Ele ainda diz que Maurício Quintella opta votar pelo impeachment por apoio ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Conversei com Quintella sobre as declarações de Paulão. O deputado do PR rebate no mesmo tom.
“O Paulão, infelizmente, se perde a cada dia na política e se distancia da realidade. É um petista agarrado às sobras de um poder que vai virar pó no domingo”, coloca Maurício Quintella Lessa.
Quintella também entra no mérito do discurso de Paulão. “Em relação ao que ocorreu com o Ronaldo Lessa, a história é outra. Na eleição de 2010, tínhamos um compromisso de coligação e, após a convenção, eles enfiaram a Rosinha da Adefal na minha goela e trabalharam para me derrotar. Eu que fui traído pela coligação. Ainda assim, o que fez foi me afastar da campanha dele. Até votar, votei”.
O parlamentar do PR afirma ainda que não voltou em Dilma Rousseff. “Votei em Marina Silva (Rede) e no segundo turno votei em Aécio Neves (PSDB). Como líder do partido da base, tentei ajudar na governabilidade, a tirar o Brasil do buraco, e fiz muita críticas também, inclusive em entrevista ao seu programa no Manhã da Globo, na Rádio Globo”, salientou.
“Eu não me sinto na obrigação de me manter fiel a um governo e uma presidente que, por seus próprios erros, levou o Brasil ao caos, consumou crimes de responsabilidade e não tem mais a menor condição de governar”, finaliza Quintella.
Os embates serão muitos até domingo...
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