Em uma palestra na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o senador Fernando Collor de Mello (PTN), que integra a base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), não poupou críticas enderençadas à mandatária do país por conta da barganha aberta com parlamentares indecisos.

O governo federal – conforme informações de bastidores – tem distribuído cargos e outros mimos na busca de votos para barrar o processo de impeachment na Câmara de Deputados. De impeachment, Fernando Collor de Mello entende.

De acordo com Collor, nem no auge da crise que ele enfrentou, e que custou o mandato de presidente, fez ingerências com deputados ou barganhas.  “No meu governo, em nenhum instante, houve qualquer tipo de negociação subalterna. Em nenhum momento essa barganha foi feita. Em nenhum momento, nenhum dos meus ministros se mobilizaram no sentido de terem conversas menos republicanas com quem quer que seja. Nem com a classe política, nem com a classe empresarial. Hoje, vivemos um instante em que as coisas não caminham bem assim. Preocupa-me profundamente a situação do nosso país”, colocou.

Fernando Collor é tido como – caso o processo chegue ao Senado Federal, como tudo indica – um dos votos favoráveis à presidente Dilma. O senador alagoano regressou à política em 2007, quando foi eleito senador por Alagoas pelo pequeno PRTB. Foi reeleito pelo PTB e atualmente se encontra no PTN.

Quando presidente, Collor foi submetido ao processo de impeachment em 1992, mas renunciou momentos antes da votação.  Ao comparar os momentos, criticou duramente a presidente Dilma Rousseff por permitir que manifestantes defendesse, dentro do Palácio do Planalto, invasão de casas e terras caso o impeachment avance na Câmara. O que de fato é absurdo.

“É absolutamente inadmissível, chegar quem quer que seja dentro do palácio do governo para dizer, na frente da chefe do Executivo, que vai invadir gabinetes, propriedades, fazendas. E a presidente ouvir e cumprimentar quem assim se pronunciou é de extrema gravidade. Ouvir de alguém dentro do palácio dizer “vamos pegar e sair às ruas com armas em punho” pregando a luta armada e conflito social é inadmissível”, enfatizou Collor.

Vale salientar que Collor é também um dos personagens investigados pela Operação Lava Jato.  O senador alega inocência.

Ainda ao comparar momentos, falou: “Diferentemente daquele período em que, ao deixar o governo, deixei com as contas em ordem, com a economia funcionando, com um plano econômico previsível que permitiu a implementação do Plano Real, hoje não temos essa perspectiva. Hoje, não sabemos para onde estamos indo, não temos um corpo ministerial, salvo honrosas exceções, como Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), que as pessoas vejam como referência e como um esteio para que possamos ultrapassar essa fase difícil”, finaliza. 

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