Os documentos apreendidos pela Polícia Federal – durante uma das fases da Operação Lava Jato – listam uma série de possíveis repasses da empresa Odebrecht para mais de 200 políticos, tanto da situação quanto da oposição. Não se sabe ainda quais legais, como doação de campanha, e quais não.

No dia de ontem, o comunicado de que a empresa – incluindo Marcelo Odebrecht – vai colaborar na apuração dos fatos caiu como uma bomba em Brasília (DF). Mais uma das bombas diárias que atingem o comando central do país em época de tempestade perfeita.

A lista apreendida pela PF é extensa. Um fato que chama atenção são os apelidos dados alguns dos políticos que lá constam. Ao que tudo indica, o senador Renan Calheiros (PMDB) – que está sendo investigado em nove inquéritos – é o “atleta”. Resta saber qual seria o esporte...

Ao todo, são 18 partidos políticos envolvidos. Trata-se do mais completo acervo que demonstra a contabilidade paralela da empresa. Os dados estavam com Benedito Barbosa Silva Júnior, que é o presidente da Odebrecht Infraestrutura.

Um dado que deve ser frisado: os nomes dos políticos e valores não são automaticamente considerados como prova de caixa dois em campanhas eleitorais. Todos ainda estão sendo analisados.

Renan Calheiros também não é o único na lista. Aparecem outros, mas sem apelidos. Constam os nomes do tucano e ex-governador, Teotonio Vilela Filho (PSDB), e do prefeito Rui Palmeira (PSDB).

Ainda é cedo para afirmar que políticos lá citados possuam envolvimento no esquema que vem sendo investigado pela Lava Jato. As tabelas fazem menção a doações de campanhas registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Inclusive, há casos de haver CNPJ e números de contas utilizadas pelos partidos. Não configurando, portanto, caixa 2.

Há doações para campanhas de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. Porém, como registrou o blogueiro Fernando Rodrigues no UOL, “informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas nas tabelas”. Aparecem – por exemplo – candidatos que teriam recebido recursos, mas sem que a empresa registrasse doações. A PF separa estas informações e está analisando os casos.

Em 2014, a soma de doações da Odebrecht foi de R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos. Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas para partidos e comitês de campanha.

Além de Renan Calheiros, outros também políticos também ganharam apelidos. Eis: Jaques Wagner: Passivo; Eduardo Cunha: Carangueijo; José Sarney: Escritor; Eduardo Paes: Nervosinho; Humberto Costa: Drácula; Lindbergh Farias: Lindinho e Manuela D’Ávila: Avião.

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