O presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros, assume o posto de ser o mais petista dos peemedebistas e mostra que está sintonizado com o governo de Dilma Rousseff (PT).

Fará de tudo para manter o PMDB na base aliada do governo federal. Um trabalho árduo. Talvez, a escolha de Calheiros se dê em função de sua situação na Operação Lava Jato, com seis inquéritos já no Supremo Tribunal Federal (STF).

Calheiros é o enxadrista da República. Obviamente, pensa – ao olhar o tabuleiro – qual a melhor posição para ele também. No discurso, aparece expressões como o “fim da crise”. Mas o que é o fim da crise para Calheiros? A permanência de Dilma Rousseff no poder e uma aliança insolúvel com o PMDB que já dá sinais de que quer pular fora? Claro que são só sinais. Ler sinais no PMDB é dificílimo, pois o partido é feito biruta de aeroporto e se estende em uma direção conforme o vento mais forte.

Afinal, o PMDB – como diz a piada que circula na internet – é aquela mãe que vai ao supermercado e coloca um filho em cada fila para vê qual vai andar primeiro. Calheiros é o ”filho pródigo” que escolheu a fila mais governista até aqui, mesmo quando assumiu um discurso mais duro contra o governo, no passado, o fez de forma cirúrgica. Sua situação pessoal pesa e muito nesta escolha.

Com a confirmação de que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) – também bastante enrolado na Lava Jato -  vira ministro da Casa Civil (e o faz para escapar da caneta do juiz Sérgio Moro), Renan Calheiros aposta em Lula como a ponte para melhorar as relações entre o governo e o PMDB. É Renan Calheiros sendo Renan Calheiros, assim como em sua convenção, o PMDB foi PMDB.

Em entrevista ao O Globo, Renan Calheiros diz que Lula tem “"indiscutivelmente, tem boas relações com o Congresso”, mas não pode prever se ele resolverá a crise política que está instalada no país. Lula deve conversar com os caciques do PMDB.

Eis a declaração de Calheiros: “não dá para fazer essa avaliação se ele teria ou não condição de resolver a crise. Seria muito essa projeção, mas ele tem boa relação com o Congresso, e eu torço que o Brasil melhore, que as coisas comecem a dar certo. Sinceramente, como senador e presidente do Congresso Nacional, torço para que as coisas melhorem”.

Renan Calheiros segue: “especialmente com o presidente Lula que, como todos sabem, tem boas relações com o Congresso”.

Lula ministro é uma afronta diante de tudo que pesa contra o ex-presidente e precisa ser investigado. Além disto, como o governo de Dilma Rousseff é fraco e está quase morto, Lula assume a Casa Civil por mera formalidade. Na realidade, Lula se torna o presidente do país. Uma espécie de terceiro mandato. Lula busca a sobrevida política em seu projeto de retornar em 2018. Para isto, teve a mão de Dilma Rousseff que transformou seu governo em um bunker estratégico diante de tudo que vem sendo revelado.  Neste cenário, a postura de Renan Calheiros é lamentável.

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