“Se o PMDB não apresentar candidato (em Maceió), a eleição será como casamento sem sexo”. A declaração é do presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal), Marcus Vasconcelos. Todavia, ele fala como filiado do PMDB e aliado histórico do senador e presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB) e do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB).
Ou seja: defende abertamente que o partido tenha um nome para disputar a Prefeitura de Maceió. Se Vasconcelos representa a visão da maioria do PMDB ou não, aí é outra história. Mas me chamou atenção a declaração. O motivo? Vejo um peemedebista que não escorrega em suas falas. É certeiro. Coisa rara no PMDB de hoje em dia, onde as posturas são evasivas entre os peemedebistas históricos.
Lembro de uma piada que corre na internet que afirma que o PMDB é como aquela mãe que vai ao supermercado com todos os filhos e coloca cada um deles em uma fila de caixa diferente só para depois pegar a fila que anda mais rápido. A piada é sobre o cenário nacional, mas se aplica a vários palcos onde a legenda se faz presente.
É o PMDB o maior partido do país. É também o maior em Alagoas, com o governo, a presidência da Assembleia Legislativa (e com a maior bancada da Casa) e também com a presidência da Câmara Municipal de Maceió, onde tem também uma bancada imponente, apesar de – no parlamento-mirim – esta ser aliada do atual prefeito Rui Palmeira (PSDB).
Palmeira é candidato à reeleição. Há – nos bastidores políticos – as discussões para saber se o PMDB se alia a Rui Palmeira ou segue um caminho próprio apresentando candidatos. Nomes não faltam ao partido. Marcus Vasconcelos – vocês verão no texto – cita alguns destes. Se depender do presidente da Arsal, nada de aliança. Candidatura própria mesmo.
Marcus Vasconcelos é filiado de longa data. Ele sentencia: “Não há lógica política no PMDB deixar de apresentar à sociedade maceioense uma candidatura à Prefeitura. O PMDB tem um governo que está inovando na gestão, com um alto índicie de aprovação, e um governador de bem com as ruas, que vai às ruas, o que hoje é considerado até “anormal””.
Ora, Rui Palmeira também tem ido as ruas. Se a postura é considerada anormal para Renan Filho, é também anormal para o tucano. Mas sigamos, pois Marcus Vasconcelos lembra que o governo Renan Filho é “forte politicamente”. “Apesar da crise econômica que atinge o País e Alagoas, e tem procedimento de estadista. Renan Filho é a grande novidade dos últimos anos na política de Alagoas, sendo reconhecido inclusive nos meios políticos em Brasília, com pouco mais de um ano de gestão e em meio a uma crise generalizada”.
Renan Filho tem um trânsito em Brasília desde que era deputado federal. Facilita ser o filho do presidente do Senado Federal. Ou não? Creio que sim.
Com base nas posturas e posições do governador, Marcus Vasconcelos avalia que “será muito ruim para o projeto futuro para o Estado o PMDB deixar de apresentar uma proposta inovadora para o Município. As pessoas também não iriam entender isso”.
Sobre nomes para disputar a Prefeitura de Maceió? Ele respondeu: “o PMDB tem vários nomes para se pensar, mas, sou do tempo que, na política se fazia assim: primeiro se discute projetos e depois os nomes que poderiam tocar esses projetos. Resolvendo as querelas jurídicas, o próprio Alfredo Gaspar de Mendonça seria um bom nome, mas, temos também o Dr José Wanderley, um cientista que sempre esteve vinculado às questões partidárias, e até o nosso líder do governo, o deputado Ronaldo Medeiros, entre tantos outros nomes”.
“Volto a dizer: se o PMDB deixar de apresentar um candidato, a eleição será como um casamento sem sexo. Sem graça. O PMDB hoje é o protagonista da política no Estado”, complementa. Lembrando que Vasconcelos fala apenas como aliado, mas um aliado histórico sempre ganha espaço para ser ouvido em um partido, creio eu.
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