Seria um dia de entregas de ações da Prefeitura Municipal de Maceió para o prefeito Rui Palmeira (PSDB), mas ele foi surpreendido por uma manifestação de servidores municipais, no bairro do Jaraguá. A ação fez com que Palmeira recuasse do local e sequer desse entrevistas à imprensa. Os manifestantes gritavam: “O servidor na rua, Rui a culpa é sua”.
O prefeito se sentiu acuado por conta dos gritos de ordem e até palavrões direcionados a ele. De acordo com quem estava no local, temeu até por sua integridade física.
Reflexo do momento eleitoral? Os servidores presentes no local, afirmam que não. Trata-se do descaso da Prefeitura em relação aos servidores da Saúde. A ação – que estava marcada para as 9 horas desta manhã, dia 10 – foi a entrega de 32 novos veículos operacionais e administrativos para a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). O evento ocorreu, mas o prefeito não ficou muito tempo e sequer conversou com a imprensa que estava no local.
Por sinal, o superintendente Municipal de Transporte e Trânsito, Tácio Melo, ainda ensaiou uma entrevista à Rádio Globo, mas como os gritos dos manifestantes eram ensurdecedores, esta foi encerrada. Ninguém conseguia ouvir o titular da pasta.
Em relação aos veículos, a Prefeitura Municipal informa que “além da fiscalização de trânsito, os novos veículos também atenderão aos serviços de fiscalização de transporte, sinalização, vistoria de coletivos e de táxi. Uma novidade será a apresentação do novo layout dos veículos, nas cores amarelo e preto para dar mais destaque e identidade às fiscalizações diárias realizadas, seguindo também o padrão nacional de identidade visual dos órgãos de trânsito”.
Servidores
O dirigente sindical Alexandre Fernandes – que estava no local – destacou que a manifestação foi pensada no evento porque traduz “a indignação porque a Prefeitura não quer cumprir a data base dos servidores”. “É preciso cobrir a lei que permite nosso reajuste em janeiro. Até agora o prefeito só ofereceu 2%. Estamos vendo contratos com a Prefeitura que custam dinheiro e a prova disto são estas viaturas que estão sendo adquiridas”, colocou.
O detalhe é que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) separa o que é custeio do que é gasto com pessoal. De acordo com os servidores, a manifestação era uma tentativa de busca diálogo com o prefeito. “Mas, infelizmente o prefeito deixou o local”, informou Fernandes.
O prefeito chegou a ser cercado por manifestantes que gritavam palavras de ordem. Sobre esta cena, o sindicalista diz que “na verdade ele foi eleito pelo povo e tem que ouvir as críticas. Ninguém veio aqui agredir não”. “Ele não pode ter receio, nós queremos dialogar e não agredir”. Como já havia dito, Rui optou por não falar com a imprensa que estava no local.
De acoro com o líder sindical, o prefeito só quer saber de "gabinete" e descumpre uma data-base que era para ser em janeiro.
No mérito, é de se entender a revolta dos servidores, afinal buscam um reajuste que pelo menos contemple as perdas que houve devido a inflação. O reajuste de 2% está muito distante disto.
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