A notícia veiculada na imprensa alagoana sobre a concessão de isenção fiscal ao recém-inaugurado matadouro Frigo Vale de Arapiraca despertou o interesse dos empresários alagoanos Joel Melo de Gusmão, da Mafrips e Zoraide Beltrão do Mafrial em também reivindicar a isenção fiscal para suas prestadoras de serviços.
Segundo o empresário Joel Gusmão, quando da inauguração do Matadouro de Aves, localizado no município de Santa Luzia do Norte, "o governador me falou pessoalmente que quando na inauguração da Frigo Vale, iria dar isenção fiscal para o abate de gado no estado, entretanto, nada disso aconteceu e ficamos surpresos quando veio a notícia de que o matadouro recentemente inaugurado teria recebido a isenção fiscal", disse o representante da Mafrips, empresário Joel Gusmão.
Em 2015, à convite do governo de Alagoas através do secretário Álvaro Vasconcelos, técnicos baianos vieram até Maceió para realizar uma palestra explicando que a Isenção fiscal, concedida pelo governo, foi a única saída encontrada para evitar o abate clandestino e colocar à mesa do consumidor, um produto devidamente fiscalizado e livre de doenças contraídas pelo gado, além da redução do preço do produto, possibilitando as camadas menos favorecidas a ter acesso ao produto.
"Participei desse encontro realizado na entidade da agricultura localizada no Jaraguá e ficou bem claro que a isenção foi a única saída para que a população tenha um produto de qualidade em sua mesa e por um preço bem mais em conta que o praticado atualmente, em função desse imposto. Nós também ficamos surpresos com a notícia da isenção fiscal que foi concedida à nova indústria, através do parlamentar deputado Tarcizo Freire de Arapiraca. Acreditamos que o direito é de todos e vamos lutar por ele", disse Alzir Beltrão.
Cinquenta anos de história
O Matadouro Frigorífico de Alagoas – Mafrial - é o mais antigo no estado e completou, no ano passado, 50 anos de história. Ele surgiu após a desativação do infecto matadouro estadual que funcionava no distrito de Fernão Velho. Os empresários Zequinha e Zoraide Beltrão fundaram a indústria prestadora de serviços, que hoje emprega diretamente 170 trabalhadores, todos com registro no Ministério do Trabalho.
"Em todo esse tempo, pagamos nossos impostos e cumprimos com tudo que determina a lei, entretanto, não estamos sendo reconhecidos. Somos os pioneiros no abate legal da carne no estado e em seguida vem a Mafrips. Nós pagamos nossos impostos e acredito que devíamos ter o mesmo tratamento que foi dispensado à nova indústria localizada em Arapiraca”, Desabafou a empresária Zoraide Beltrão, aos 93 anos, a mais antiga empresária do ramo no País em atividade e apontada como provável integrante do Guines.
Santo de Casa não faz milagres
O empresário Joel Gusmão cuja indústria Mafrips existe no mercado há 20 anos, lembrou que: "nós tínhamos a Isenção Fiscal, implantado no governo de Ronaldo Lessa, entretanto, quando assumiu o governo, Téo Vilela baixou um decreto, retornando à cobrança do ICMS duplicada, já que passou de R$ 17 para 30 reais. Por isso que digo que “santo de casa não faz milagres”, estamos no mercado há muitos anos e de repente vem um pessoal de fora e recebe benefícios fiscais. Acredito que nós temos esse direito de também receber esse benefício de isenção", concluiu Joel Melo de Gusmão.
Marchantes Para o Marchante Ronaldo Gomes da Silva que está no mercado do abate há 20 anos, disse que acha favorável que a isenção chegue também às indústrias que operam na capital.
"Se o governo concedeu isenção a uma indústria, têm que conceder às demais que operam no ramo, no caso o Mafrial e o Mafrrips, matadouros que estão no mercado há dezenas de anos e que ficaram fora desse benefício da Isenção Fiscal. Acho que o governador Renan Filho vai repensar o caso e também nos incluir nesse benefício", reivindicou o marchante.
A exemplo de Ronaldo, o marchante Arnaldo Rodrigues dos Prazeres, lembrou que existia a isenção fiscal e o abaste clandestino era bem menor. Quando voltou à cobrança, o abate clandestino ganhou força. Nós pagamos nossos impostos e precisamos colocar na mesa de nossos clientes uma carne com procedência abatida de gados de Alagoas, que estão livres da febre aftosa. Concordo plenamente com a isenção também para os demais matadouros. O governo, segundo notícias veiculadas na imprensa, já concedeu isenção à indústria de abate de aves, localizada em Santa Luzia do Norte, agora para a Frigo Vale e porque não o Mafrips e o Mafrial? “É o que queremos saber”, concluiu o marchante.