Em entrevistas passadas, o presidente municipal do PDT e superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas, Israel Lessa, já havia dito que faria de tudo para que seu partido - que tem como maior estrela o deputado federal Ronaldo Lessa - não fechasse uma aliança com o prefeito, Rui Palmeira (PSDB). 

O motivo? A histórica divergência entre o PDT e o PSDB no cenário político alagoano. A última vez que as duas siglas marcharam juntas foi em 2006, quando o candidato ao governo Teotonio Vilela Filho (PSDB) teve o apoio de Ronaldo Lessa. O pedetista-mor, na época, era candidato ao Senado Federal. Vilela ganhou a eleição. O parlamentar federal foi derrotado pelo atual senador Fernando Collor de Mello (PTB). 

De lá pra cá, Collor e Lessa construíram uma aliança que sempre teve o PSDB como o principal rival. Em 2012, por exemplo, o atual deputado federal do PTD disputou a eleição contra o tucano Rui Palmeira. Ronaldo Lessa teve que abandonar a disputa, pois a Justiça Eleitoral o condenou a não poder ser candidato. Resultado: vitória do PSDB no primeiro turno. 

Israel Lessa entendia que não era o melhor caminho para o partido e até se colocava como um possível pré-candidato à Prefeitura de Maceió, entendendo ele que o PDT deveria fechar aliança com a base e apoio do governador Renan Filho (PMDB), repetindo o leque de siglas do processo eleitoral de 2014.

A vontade de Lessa prevaleceu. Rui Palmeira e Ronaldo Lessa marcharão juntos. Em troca, o pedetista indicou dois nomes de sua confiança para as pastas municipais de Esporte e Abastecimento, como já mostrou o CadaMinuto. O discurso do PDT - incluindo o do deputado federal - é de que aliança é com Rui Palmeira e não com o PSDB. Bobagem! PSDB e PDT estão no mesmo palanque. 

A aliança também vai ser esta nas disputas proporcionais. Não há outra forma. O que Lessa cria é mera justificativa. 

Todavia, é o discurso que será usado por “insatisfeitos” como Israel Lessa. Na coletiva para apresentação a união “tucano-pedetista”, o presidente municipal da legenda não escondeu o constrangimento. “Há muito tempo que havia esta conversa. Há uma divergência interna no PDT em relação ao partido do prefeito. Isto atrasou um pouco. Não foi fácil aceitar esta união. Como foi decisão da maioria, eu sou soldado do partido. Não há outro caminho a não ser vestir a camisa da administração do prefeito Rui Palmeira”. 

Israel Lessa frisa que o PDT chega para ajudar. Coloca que não tem mais projeto de ser candidato, nem mesmo a vereador. Sobre a aliança com Rui Palmeira coloca ainda que se faz com o prefeito e não com o ninho tucano como um todo. “Essa é a forma como o Lessa levou para o partido e foi o que facilitou a união de hoje. Foi com este discurso que ele conseguiu a maioria do apoio no PDT municipal e estadual. Agora, é esfriar os ânimos e abraçar esta nova ideia, a nova posição do partido, para que assim a união de hoje possa dar frutos”.

Estou no twitter: @lulavilar