O senador Benedito de Lira (PP) - um dos investigados na Lava Jato, tendo sido denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) - partiu para o ataque ao projeto de lei do senador José Serra (PSDB) que acaba com a participação mínima obrigatória da Petrobras nos consórcios de exploração do petróleo da camada pré-sal.
Lira - em relação à Lava Jato - alega inocência e diz “não ter envolvimento em malfeitorias”. Quanto ao projeto, na visão de Lira, retira da companhia a condição de responsável pela condução e execução de projetos de exploração e produção de petróleo.
Em tempos atuais, todos sabem da difícil situação da empresa após as ingerências políticas e o escândalo de corrupção revelado pela Lava Jato. Um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, quiçá o maior.
O rombo da Petrobras é um “presente de grego” deste atual governo e de seus aliados. Na lista dos partidos envolvidos no esquema está - além do PT - o PMDB, o PP, o PTB, dentre outros.
Todavia, Lira coloca que mesmo que haja problemas (não é uma hipótese: há problemas) que são relacionados às irregularidades envolvendo contratos (como apurado pela Lava Jato), o setor de exploração de petróleo “envolve interesses estratégicos para o país”. “Não pode - por isso - sofrer esse tipo de alteração”, ressalta o senador alagoano.
Eis o que diz Benedito de Lira: “isso equivaleria entregar de mão beijada, como se diz na linguagem popular, uma riqueza inestimável dos brasileiros às empresas internacionais, que certamente se engalfinhariam para disputar uma presa tão substanciosa”.
O detalhe é que esta “riqueza inestimável dos brasileiros” já foi entregue a uma quadrilha de políticos e empreiteiros, como mostra a Polícia Federal. O governo federal da presidente Dilma Rousseff (PT) tomou a Petrobras de assalto. A empresa perdeu valor de mercado.
Lira afirma que todas essas questões que envolvem a petroleira devem ser apurados. É o que a sociedade espera. Que os culpados sejam devidamente punidos. Quem for inocente, inocentado. Mas é preciso passar a limpo, independente de quem sejam os envolvidos.
Benedito de Lira apresenta dados para a atacar o projeto do colega tucano. “A produção de barris de petróleo em 2015 foi 4,6% mais alta que a meta fixada para o período de acordo com o plano de gestão da companhia. No caso do pré-sal, a produção foi de 767 mil barris ao dia em 2015, número 56% maior que o de 2014”.
Só faltou Lira dizer que mesmo com o preço do petróleo em queda seguimos pagando um combustível altamente caro (sendo este um dos índices que contribuem para a inflação). Uma reflexão por aí mostra muito o mal que o governo fez a Petrobras e que - como acontece com o Estado-empresário - todos os brasileiros são chamados a pagar a conta. Nesta hora, e parece que só nesta hora, os brasileiros são chamados para serem donos da Petrobras. Antes, ela era dos políticos.
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