O poder político de presidente do Senado Federal pode ser o escudo que o senador Renan Calheiros (PMDB) precisa para se afastar dos assuntos envolvendo os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato. A estratégia é se valer dele para pautar no Senado uma agenda positiva para tentar recuperar a economia.
Isto faria com que Renan Calheiros assumisse um protagonismo que deveria ser do combalido Executivo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Calheiros está envolvido em seis inquéritos e - segundo informações de bastidores - dificilmente escapará de ser réu. Além disto, as denúncias de 2007 que pesam contra ele devem “andar” no Supremo Tribunal Federal (STF).
A saída de Renan Calheiros pode ser adotar a tática de pautar novamente a chamada “Agenda Brasil” como um conjunto de pautas positivas para tirar o país da crise econômica em que se encontra. Assim, Calheiros tenta assumir o papel de protagonista-salvador do governo federal.
Calheiros deve agir logo no início do recesso parlamentar. A prioridade da Mesa Diretora comandada por ele são as propostas desta agenda. Dentre elas, a que desobriga a Petrobras a ser a única na exploração do pré-sal e a da independência para a escolha do presidente e dos diretores do Banco Central.
Como já disse outras vezes aqui: Renan Calheiros é um exímio enxadrista. Mesmo sendo hoje um dos homens mais importantes da República, por ser aliado governista e saber se posicionar no tabuleiro, tem escapado da “revolta popular” e dos gritos de “fora”, como acontece com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) e com a própria presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Não se houve o “Fora Renan” em canto algum.
Acossado pelas revelações da Operação Lava Jato, Renan Calheiros segue na “crista da onda”. Além da Lava Jato, pode virar réu no STF por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso por conta da denúncia onde aparece como acusado de ter recebido dinheiro da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais.
A pauta de Renan - portanto - é a Agenda Brasil, como ele mesmo já ressaltou: “É fundamental que o Congresso delibere sobre temas controversos, se é para aprovar ou rejeitar, não importa. O que importa é que essas matérias sejam apreciadas”.
De qualquer forma, o Legislativo federal retorna em meio as várias crises da tempestade perfeita que toma conta de Brasília (DF).
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