A capa da IstoÉ desta semana - que já se encontra nas bancas - tem como personagem principal o senador alagoano e presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB). Com o título: “O elo Renan”, a matéria principal da revista traz trechos do relatório da Polícia Federal e das mensagens de celular do ex-dirigente da construtora OAS, Leo Pinheiro.
As mensagens apontam para encontros de Pinheiro com o senador, presentes e a influência de Calheiros nas pautas do Congresso para favorecer a OAS. Em troca, a construtora teria, dentre outros mimos, investido na campanha do filho do senador Renan Calheiros - o chefe do Executivo, Renan Filho (PMDB) - ao governo do Estado de Alagoas.
O relatório da Polícia Federal é produzido - justamente - com base em mensagens do celular de Leo Pinheiro. O prazo para que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, conclua o inquérito que relaciona que Renan Calheiros se encerra esta semana. Na avaliação da IstoÉ - diante do relatório da PF - é que a situação de Renan Calheiros é complicada e que dificilmente ele escapa da denúncia.
Em um dos trechos da reportagem é dito o seguinte: “os documentos em poder da PF indicam que Pinheiro possa ter influído para enterrar o projeto que proibia a doação privada a políticos, bem como a CPI dos fastos com a Copa, temas considerados de suma importância para a empreiteira”.
Nas mensagens de celular de Leo Pinheiro textos como: “Dr. Alexandre Granjeiro atendeu uma reunião com Dr. Renan na residência dele domingo às 11:00”; ou ainda: “Renan está me ligando. Engavetou?”, dentre outras que podem confirmar a intimidade entre o empreiteiro e o senador.
Sobre o encontro na residência oficial, Renan Calheiros confirmou, em entrevista à IstoÉ. Mas disse que se reuniu com Leo Pinheiro em algumas oportunidades, mas as conversas foram estritamente institucionais. Para a Polícia Federal, a quebra do sigilo telefônico de Leo Pinheiro mostra que houve uma combinação entre Renan e o empreiteiro para enterrar uma proposta no Senado Federal que não agradava a empreiteira.
Outro fato que chamou a atenção são as doações de campanha para o então candidato ao governo de Alagoas, Renan Filho. Renan Filho foi eleito no primeiro turno. A OAS (de Leo Pinheiro) junto com as outras empreiteiras do Petróleo respondeu por 40% das doações eleitorais feitas à campanha de Renan Filho.
Vale ressaltar: em delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa - da UTC - já havia dito que as doações a Renan Filho pelo caixa serviriam para encobrir o pagamento de propina. Em épocas passadas - segundo a PF - o próprio Renan Calheiros teria sido beneficiado com propina em forma de doação eleitoral. Um dos motivos pelos quais uma das fases da Lava Jato atingiu o diretório do PMDB em Alagoas.
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