Segundo a Lava Jato apurou até agora, a corrupção na Petrobras pagou um total de R$ 6,4 bilhões de propina a partidos, a políticos e a diretores da estatal. Desse valor,  R$ 2,8 bilhões foram recuperados por meio de acordos de colaboração, dos quais R$ 659 milhões tiveram que ser repatriados. Até agora, houve 80 condenações e as penas impostas somam 783 e dois meses de prisão.

Instaurou-se 1.016 procedimentos.

Também foram realizadas 396 buscas e apreensões, com 99 mandados de condução coercitiva cumpridos e 119 mandados de prisão cumpridos. Além disso, houve 86 pedidos de cooperação internacional, 40 acordos de colaboração premiada e cinco acordos de leniência. Além de 36 acusações criminais contra 179 pessoas por crimes contra o sistema financeiro, corrupção, tráfico de drogas e lavagem de ativos.

A Justiça bloqueou R$ 2,4 bilhões em bens de réus.

O balanço foi apresentado ontem, em Brasília, pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, durante a abertura do ano do Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF), onde os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, presentes à cerimônia, respondem inquéritos acusados pela Lava Jato.

Entre Cunha e Renan Calheiros, Janot assegurou que o Ministério Público vai continuar atento para que ninguém se aproprie do patrimônio público:

“Os poderes político, econômico e os setores da sociedade civil hão de entender que o país adentrou em nova fase da qual os holofotes não serão desligados e serão constantemente, direcionados à observância estrita do ordenamento jurídico. O que é público é de todos; não é e não deve ser de alguém. Por natureza, não compactuamos ou tergiversamos com ilícito, com autoritarismo, com interesse velado. Buscamos, simples e só, de forma clara e objetiva, a verdade dos fatos e não de factoides, e o seu enquadramento jurídico. Sem evasivas, sem cortinas de fumaça. A atuação ministerial sempre se pautará pela impessoalidade, juridicidade, apartidarismo, tecnicismo e pela estreita observância dos direitos e garantias fundamentais, em especial daqueles que, chamados pela Justiça, devem responder por seus atos.”

Tanto Cunha quanto Renan negaram constrangimento com a fala de Janot.

Mas, convenhamos, não deve ter sido nada confortável, sobretudo para os investigados.

Enfim, inicia-se, de fato, 2016 na política e no Judiciário do Brasil, tendo como alvo – e calo – a Lava Jato.

(Com informações de O Globo)