Segundo pesquisa desenvolvida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), analisada pelo Instituto Fecomércio/AL de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), o número de endividados com contas em atraso na capital alagoana aumentou 14,3% em janeiro deste ano, em comparação a janeiro de 2015.

O mesmo aconteceu com o indicador de endividados que já não conseguem pagar suas contas, que apresentou elevação de 7,4% (comparado ao mesmo mês do ano anterior). Para Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio, o maior percentual de contas atrasadas é reflexo do aumento dos preços e do desemprego em algumas áreas.

Por outro lado, o endividamento do consumidor maceioense manteve-se estável entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, elevando-se apenas 0,2 pontos percentuais. Os dados divulgados nesta quinta-feira, 28, pela assessoria de Comunicação da Fecomércio, também demonstram um aumento um pouco maior da parcela de consumidores que estão com dívidas em atraso, 1,1 pontos.

Já a parcela de famílias que não conseguem pagar suas contas permaneceu quase inalterada, evoluindo 0,6 pontos percentuais. Em relação a janeiro do ano passado, houve um aumento de 4,6% dos endividados em Maceió.

“Devemos salientar que o endividamento das famílias não é ruim, muito pelo contrário. É sinal de que as famílias estão consumindo, o que permite espaço para que os empresários façam novos investimentos e contratem novos colaboradores em suas empresas, criando um ciclo virtuoso na economia alagoana”, avaliou Felippe Rocha.

Outros dados

Dos 69,1% dos endividados, 21,8% consideram que estão muito endividados; 24,7% mais ou menos endividado; e 22,5% pouco endividado. “Se contarmos que 30,9% dos entrevistados informaram não ter dívidas deste tipo, possuímos 53,4% de famílias que não comprometem tanto sua renda, permitindo espaço para consumir ao longo do ano, o que reflete em um bom potencial de consumo, um bom sinal para os empresários”, destacou o assessor econômico.

Ainda segundo a pesquisa, o uso do cartão de crédito tem respondido como o maior meio de utilização das famílias para aquisição de bens e serviços na economia, correspondendo a 82,2% do tipo de dívida das famílias de Maceió, no geral; a 83,8% para as famílias que recebem até 10 salários mínimos; e a e 59,0% das que recebem mais de 10. Em segundo e terceiro lugar, no geral, surgem os carnês de loja (crediário) com 12,1% e o crédito pessoal, representando 6,0% do tipo de dívida mais utilizado pelas famílias.

No tocante à capacidade de pagamento, 19,8% disseram que não têm condições de quitar suas dívidas (um aumento de 0,6% em relação a dezembro). Já 11,2% disseram ter condições de pagar integralmente suas dívidas em atraso; 18.3% afirmaram que só pagarão parte de suas contas; e 55% ainda se manterão sem pagar suas dívidas.

"Felizmente, a parcela de pessoas que sairão do grupo de não pagadores aumentou, já que houve um aumento de 2% das famílias que irão pagar totalmente suas dívidas em atraso com relação ao mês anterior e um aumento de apenas 0,1% dos que se manterão inadimplentes por falta de condições de pagamento. É um respiro para a família que pode voltar a consumir na economia”, ressalta o especialista.

No universo de 100% de maceioenses, 69,1% possuem dívidas (seja no cartão de crédito, cheques, financiamentos ou empréstimos) e 30,9% não possuem dívidas desse tipo. “Somados à parcela de famílias que comprometem abaixo de 50% de sua renda com dívidas, isto significa dizer que a dinâmica de consumo das famílias, em Maceió não está comprometida. Sendo assim, podemos esperar que as famílias se mantenham consumindo”, conclui.