O deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) já demonstrou sua opinião de ser favorável à construção de uma “candidatura única” para a Prefeitura Municipal de Maceió. O “única” se dá entre aspas porque é algo impossível, uma vez que mesmo que as maiores forças políticas estejam do mesmo lado, existirão outras candidaturas no processo.
De toda forma, Lessa defendeu a união das principais forças políticas que hoje possuem “lugar de destaque” no xadrez: PMDB, PSDB e seus respectivos aliados. Esta chapa se daria ao redor da candidatura do atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) à reeleição.
Todavia, mesmo sendo a opinião de Lessa, não é sequer o pensamento de seu partido, mesmo sendo ele a maior estrela. O presidente municipal do PDT, Israel Lessa, já havia externado isto em entrevista a este blogueiro. Inclusive defendeu que a base aliada do governador Renan Filho (PMDB) se una em torno de uma candidatura de oposição ao prefeito Rui Palmeira.
Israel Lessa vem buscando - portanto - colocar o PDT em um direcionamento que é totalmente o oposto daquele defendido por Lessa. Isto se deu recentemente, quando o presidente municipal do PDT se reuniu com o “G8”. E o que é o G8? Um grupo de pequenos partidos que foi agrupado pelo dirigente estadual do PRTB, Adeílson Bezerra.
O objetivo de Bezerra é que os nanicos juntos se tornem maiores. Desta forma, consigam barganhar espaços com mais força. Natural do xadrez. Mais ainda que o G8 se mantenha unido em várias localidades e não apenas em Maceió. A reunião do PDT com o grupo se dá no sentido de criar um bloco de oposição ao tucano.
O primeiro encontro teve como pauta as eleições de Maceió. O G8 - inclusive - ofertou a Israel Lessa o lugar de “cabeça” da aliança. Se esta posição se faz para ser negociada mais tarde ou não, aí é outra história. Em política, até o boi voa. Pois é sabido que Israel Lessa não é o principal nome pensado em caso de construção de uma candidatura de oposição. Nem o PMDB, fiel da balança de qualquer aliança, vai abrir mão do protagonismo.
Portanto, a reunião pode até ser “muito barulho por nada”, como diria o autor William Shakespeare. E ninguém melhor que aquele inglês de séculos passados para atender a natureza da alma humana e suas aventuras políticas.
O G8 reúne tradicionais figuras carimbadas dos bastidores políticos: Adeílson Bezerra e Marco Toledo (PTdoB), por exemplo. Além destes, Paulo Memória (PTC). Em todo caso, se não houver um candidato majoritário deste grupo, é uma aliança proporcional que - na visão de Bezerra - pode eleger até cinco vereadores em Maceió. Será?
Bem, as tentativas de “vereança” faz mais sentido. E aí, Israel Lessa pode ser contemplado. 1) assume um discurso que se opõe ao de Ronaldo Lessa, o que lhe garante palanque midiático. 2) vira o pré-candidato a prefeito do PDT, o que lhe dá visibilidade. 3) depois recua numa candidatura a vereador, mas colhe os louros de ter se posicionado no xadrez político. Além disto, traz na bagagem o fato de ter sido o superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas.
Para Bezerra, que comanda o G8 junto com Marcos Toledo, o lucro de empurrar seus candidatos e tentar alcançar cadeiras. A mesma estratégia adotada pelo pequeno PRTB e pelo PTdoB nas eleições passadas, inclusive quando elegeram Cícero Almeida - hoje no PSD - para deputado federal e três deputados estaduais.
Agora, uma ressalva. Veja o que diz a nota oficial divulgada do encontro: “Ressalta ainda, que os partidos que compõem o G-8, integraram a frente partidária que elegeu o Governador Renan Filho”. Não é uma verdade. O PRTB foi expurgado da chapa que dava apoio a Renan Filho. Procurem no google e vejam a confusão que deu. Se hoje está fazendo parte da base palaciana é outra história. Mas pingos existem para serem colocados nos is.
Todavia, o grupo quer fazer uma próxima reunião. Desta vez com a presença do presidente municipal do PMDB, Mosart Amaral. Mas lembremos. Só uma pessoa bate o martelo no PMDB. Ela se chama o senador e presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros.
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