Memória. Algo que coloca em “xeque” muitas das declarações de alguns de nossos políticos. Agora, o alvo destas indagações pode ser o deputado federal Cícero Almeida (PSD). Uma postura hoje que faz com que se questione posições que já tomou no passado.
Almeida trabalha - conforme informações de bastidores - para ser candidato à Prefeitura de Maceió. Logo, as declarações recentes do deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) - que defende um palanque único em torno da candidatura à reeleição de Rui Palmeira (PSDB) - afetam diretamente o parlamentar do PSD.
Lessa defende um aliança entre PSDB, PDT, PMDB e outros partidos para construir uma “chapa única”. Uma tese que limita as possibilidades de aliança para Almeida e dificultam a estratégia de candidatura, uma vez que sozinho é mais difícil. Para o Executivo, ninguém é candidato de si mesmo.
É o mesmo incômodo do deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), quando apresentado a esta tese lessista. Obviamente, Paulão e Almeida destacam - de forma legítima - que tal construção de candidatura única é ruim para a democracia, mesmo que não tenhamos as melhores opções do “mercado eleitoral”. Neste ponto, concordo com eles.
A questão são os argumentos utilizados para criticar a formação de um bloco único. Cícero Almeida resolveu atacar o PSDB. Natural, uma vez que o atual prefeito Rui Palmeira - o rival político de Almeida - é do “ninho tucano”. Porém, Almeida não mirou apenas em Rui Palmeira. Partiu para atacar o governo estadual que foi encabeçado por Teotonio Vilela Filho (PSDB).
É de se entender. Vilela - como disse neste blog - elogiou Ronaldo Lessa e sua tese de candidatura única. Teotonio Vilela ainda disse que apoiaria uma união de Rui Palmeira com Renan Filho, o que colocaria o senador Renan Calheiros (PMDB) e - possivelmente - o senador Fernando Collor (PTB), no mesmo palanque.
Sobre isto já fiz análise neste blog.
Mas vamos à posição de Cícero Almeida. Ao afirmar que o PSDB destruiu Alagoas, o ex-prefeito de Maceió e atual deputado federal coloca seus interesses imediatistas na frente da memória. Ele deveria ter lembrado ao eleitor que - em 2010 - apoiou este governo que “destruiu Alagoas”.
Alguém poderia dizer: mas Almeida se enganou. Claro! A possibilidade de errar sempre há. Mas reforço: Almeida apoiou Teotonio Vilela Filho para a reeleição. Ou seja: já sabia - como político - qual era o projeto de governo, até mesmo porque há quatro anos - na visão almeidista - Vilela já vinha destruindo Alagoas.
Na primeira eleição de Vilela - em 2006 - Almeida estava ao lado do ex-deputado federal João Lyra, que foi candidato ao governo.
Há dúvidas em relação a isto? Busquem no youtube os programas eleitorais da época e verão Almeida apoiando Vilela. A não ser que o ex-prefeito tenha apoiado o tucano por outros motivos e o elogiado de forma falsa por um compromisso político circunstancial. Aí que Cícero Almeida explique isto. Pois ele - o ex-prefeito (que era gestor municipal da época) se mostrou bem convicto, em frente às câmaras, da escolha que fez ao apoiar os tucanos.
Almeida - em 2010 - contribuiu até com o jingle: “É Téo, É Téo, É Téo… Tô dizendo o que sinto, quem ama Alagoas vota no 45”.
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