Se depender do governador Renan Filho (PMDB) - pelo menos levando em consideração às recentes colocações do governador durante um evento na manhã de hoje, dia 18 - não haverá espaços para a construção de um “palancão” em que todas as forças políticas mais fortes do Estado estejam juntas ao redor da candidatura de Rui Palmeira (PSDB) à reeleição. 

Este é o cenário hoje, amanhã…bem, amanhã política continua sendo feito nuvem no céu…

Palmeira é candidato - obviamente - à Prefeitura de Maceió e tem trabalhado, nos bastidores, por uma ampla aliança. Tanto que o prefeito ficou feliz, como ele mesmo narra em recente matéria das jornalistas Gilca Cinara e Maria Alliny (CadaMinuto), com a declaração do deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) que defendeu a hipótese de “união de todos” em função do cenário de crise econômica. 

Rui Palmeira chegou a ligar para Lessa agradecendo pela declaração. Porém, Renan Filho defendeu - na manhã de hoje - o protagonismo do PMDB. O governador - com outras palavras - lembrou o papel do PMDB nos últimos pleitos. Ora, é o partido que detém o governo do Estado de Alagoas, uma bancada significativa na Casa de Tavares Bastos, a presidência da Câmara de Maceió e diversas prefeituras no Estado. 

É natural que pleiteie a administração municipal com um candidato peemedebista ou capitaneie um grupo ainda que este tenha outro partido na cabeça. O PMDB é forte no tabuleiro de xadrez. Ninguém nega. No caso do PMDB resolver ter candidato. Quem seria? Com a declaração de Renan Filho surge especulações em torno desta possibilidade. O presidente do Legislativo maceionese Kelman Vieira, que é aliado de Rui Palmeira. 

Em todo caso, dificilmente o PMDB será a base de apoio do deputado federal Cícero Almeida (PSD), que pretende concorrer à Prefeitura de Maceió e é tido como o principal rival de Rui Palmeira. Almeida tem dito - de qualquer forma - que é candidato de todo jeito. 

O PMDB pode abrir mão da candidatura própria para apoiar o PT do deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT). Bem, que o PT de Alagoas é puxadinho do partido do senador Renan Calheiros (PMDB) não é novidade. 

Oficialmente, o governador diz que está na fase de “análise dos pré-candidatos”. “Estou avaliando os possíveis candidatos e acompanhando as falas. Respeito todos eles. Sobre o apoio do PMDB, de uma forma ou de outra o apoio seria protagonista”. 

Em uma possibilidade de o PMDB se aliar ao PSDB nesta disputa - já que em política não se descarta nada - o protagonismo do partido de Renan Filho teria que surgir pela indicação do vice. Neste caso, a cabeça em risco seria a do vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP). Então, Rui Palmeira - que já bateu o martelo sobre a permanência de Marcelo Palmeira na chapa - voltaria atrás abrindo mão para a composição. 

Quem deve olhar esta movimentação com bastante aflição é o PT. Afinal, uma chapa forte ao lado de Rui Palmeira - que inclua partidos que hoje são da base governista de Renan Filho - pode inviabilizar ou tornar muito difícil uma eleição para o Partido dos Trabalhadores em Maceió. Tanto é assim que Paulão já rechaçou de imediato as recentes declarações de Ronaldo Lessa. 

Uma coisa é certa, com ou sem candidato próprio, o senador Renan Calheiros é quem quer dar as cartas na construção de uma candidatura forte para o pleito deste ano na capital. Afinal, é o Renan-pai que comanda a sigla. O Renan-filho - que é o governador - apenas deixou isso claro.

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