A crise econômica vem exigindo que as empresas que atuam no comércio comecem a pôr em prática medidas de reestruturação e recuperação de vendas para se manter no mercado. A Aliança Comercial de Maceió avalia que 2016 será um período para os empresários conter despesas e realizar ajustes.

Para o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Santos Júnior, o movimento de fechamento de lojas é natural e explicável, porém o que vem se desenhando desde o segundo semestre de 2015 em todo o país preocupa e alerta para medidas que precisam ser tomadas a fim de evitar prejuízos financeiros.

“Todo ano algumas lojas sempre desativam alguma unidade que não consegue se pagar, mas em 2015 isso aumentou em função da crise. A Insinuante, por exemplo, fechou uma loja no Centro, mas uma Casa Léa abriu no local. É questão de ajuste da empresa, mas esse vai ser um ano de segurar as despesas e as empresas vão precisar se ajustar a nova realidade do mercado”, avaliou.

Em Alagoas, além de duas unidades da rede Walmart – o Hiperbompreço da Buarque de Macedo e o supermercado Todo Dia no Clima Bom -, a Marisa fechou a loja situada no Calçadão da Rua do Comércio. A nível nacional, a Casas Bahia, que é do Grupo Pão de Açúcar, anunciou que fechará 31 lojas em todo o país. As cidades não foram divulgadas, mas segundo relatório divulgado em outubro, as lojas a serem fechadas eram deficitárias.

Dados da Junta Comercial do Estado de Alagoas mostram de que forma essa dinâmica de fechamento de lojas ocorre no estado. Apesar de apresentar um saldo de crescimento de 692 empresas abertas até novembro de 2015, em comparação com o mesmo período do ano passado, Alagoas teve um acréscimo muito mais significativo de empresas fechadas. Neste período, foram extintas 1.553 empresas a mais do que as que fecharam no mesmo período de 2014.

Mesmo com um cenário preocupante para o ano que se iniciou, Guido avalia que as promoções e liquidações realizadas pelo comércio durante janeiro serão uma boa oportunidade para movimentar o segmento na capital e aquecer as vendas.

“Dezembro houve um fluxo de pessoas bom, mas reduziram as vendas tanto aqui como no país todo. Os aumentos de impostos anunciados pelo governo viram uma cascata, que pesa no bolso do consumidor e atinge os lojistas. Até o final de janeiro a expectativa é de promoções e movimento por conta das liquidações puxadas pelas lojas de grandes redes. Isso é positivo já que muita gente que não comprou no natal sempre compra em janeiro por conta do valor em conta”, disse.