Pesquisas podem ser questionadas? Claro que podem. E devem. Sobretudo analisando as metodologias utilizadas. Isto serve para qualquer uma.
Dito isto, eis que mais uma pesquisa tem repercutido em vários veículos de comunicação: uma que traz o ranking dos prefeitos melhor avaliados do Brasil.
Foi feita pelo Instituto Paraná. O mesmo que - recentemente - mediu a aprovação de diversos governos municipais, incluindo o de Maceió. Neste ranking, Rui Palmeira (PSDB) - que parte para a reeleição - aparece como o segundo colocado.
Na primeira posição está Antônio Carlos Magalhães Neto (Democratas), que comanda os destinos de Salvador (BA). As pesquisas foram realizadas entre agosto e dezembro de 2015 e foram ouvidas pessoas em 13 capitais.
Já nesta informação: o primeiro questionamento. Como fazer um ranking de prefeitos ouvindo apenas 13 capitais? E os que ficam de fora? Sigamos.
Antônio Carlos Magalhães Neto possui 84,7% de aprovação. Ele aparece com 20 pontos percentuais à frente do segundo colocado, que é Rui Palmeira, com 64,4%.
Uma informação que vem em boa hora para o prefeito que pretende se debruçar sobre o assunto eleições (em público) depois das festas carnavalescas.
Completam os cinco primeiros colocados os prefeitos Geraldo Júlio (PSB/Recife), com 57,6%; Márcio Lacerda (PSB/Belo Horizonte), com 54,8%; e José Fortunati (PDT/Porto Alegre), com 53,9%. Lacerda e Fortunati já estão no segundo mandato. Logo, não concorrem à reeleição.
Sobre esta avaliação de Rui Palmeira, destaco o que já coloquei neste blog.
O número alcançado pelo prefeito – 64% de aprovação – é também um dado a ser explorado politicamente e tem reflexões nas “arrumações” do xadrez político para as eleições de 2016. Rui Palmeira deve ter como principal rival o deputado federal Cícero Almeida (PSD). Os outros pré-candidatos – em função de acordos – podem até ficar pelo caminho, facilitando a vida de Rui Palmeira. Claro, é cedo para se confirmar um cenário. Todavia, a tendência é esta.
Rui Palmeira – por exemplo – deve se aliar ao deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), que era tido como candidato. E há quem fale de diálogos entre tucanos e peemedebistas, o que facilitaria ainda mais o cenário.
No caso da pesquisa que avaliou Rui Palmeira, o Instituto Paraná ouviu 624 pessoas de Maceió entre os dias 17 e 19 de outubro de 2010. A margem de erro é de 4% para mais ou menos e o nível de confiança é de 95%.
O que é outro problema da pesquisa. É uma comparação entre avaliações feitas em períodos diferentes. De outubro pra cá, números podem ter mudado. O ideal seria uma pesquisa única para esta comparação.
E que fosse “vendida” ao público pelo que ela realmente é. Ou seja: Instituto avalia 13 prefeitos e elabora ranking. Ainda assim que se diga que cada prefeito foi avaliado em períodos diferentes.
Saúde
Chamo atenção para um dos maiores desafios que Rui Palmeira tem. O desgaste na Saúde – tanto que houve troca de secretário e o ex-vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas) foi chamado para o cargo – e algumas problemáticas da pasta, como o gasto com a folha salarial, a situação das unidades de Saúde (em especial o PAM), e o loteamento de postos nas mãos de vereadores são pontos que podem pesar sobre a avaliação de Palmeira, pois dificultam uma melhora na pasta que é o calcanhar de Aquiles da administração municipal.
Além disto, os problemas habituais que cobram uma presença maior das pastas de ordenamento urbano: SMCCU e SMTT, por exemplo. São pastas que sofrem com questões históricas, que não necessariamente desta gestão.
Estou no twitter: @lulavilar