É inegável que há um flerte entre o PSDB e o PMDB diante da possibilidade da disputa - que se avizinha - pela Prefeitura de Maceió no próximo ano. Rui Palmeira (PSDB) é candidato à reeleição, obviamente. A questão é: o PMDB - que é um dos mais fortes partidos políticos de Alagoas - terá candidatura própria, apoiará alguém dos partidos que hoje fazem parte da aliança do governo do Estado, ou indicará o vice de Rui Palmeira.
Se for para indicar o vice, na dobradinha PSDB-PMDB, Kelmann Vieira não esconde que está a postos para a missão. Outro questionamento que surge é: como ficará o atual vice-prefeito, Marcelo Palmeira (PP). Ele estaria torcendo pela aliança?
Conversei com Vieira sobre o assunto. Indaguei se o fato dele ter assumido a prefeitura (por 11 dias) recentemente já era sinal de que o flerte já rende namoro entre PSDB e PMDB.
“Assumi a prefeitura sem tratar de qualquer composição. O prefeito me falou sobre assumir a Prefeitura, porque também havia uma simbologia. Maceió completa 200 anos. O Rui Palmeira (PSDB) contemplou a Câmara, com isto, por tudo o que os vereadores fizeram para ajudar a gestão durante o ano”.
Kelmann Vieira diz ainda que - independente das questões que envolvem os partidos - a questão não pode ser confundida com a presidência da Câmara, que segue com sua visão “independente e harmônica”. Porém, Vieira já intensifica os elogios que tem a fazer a Palmeira.
“O prefeito muitas vezes é cobrado de forma injusta. A gente vai apoiar o prefeito nas medidas que Maceió precisa. A Prefeitura tem investido em Educação. Eu pude ver isto no dia-a-dia do Executivo. Conhecer a realidade do Executivo é importante para que não façamos críticas vazias no Legislativo. Eu sei o quanto é difícil atender demandas de uma hora para outra. Eu vivenciei o outro lado. Sentei na cadeira do prefeito e sei o quanto ele é exigido. Eu construi uma amizade com o prefeito Rui Palmeira. Independente da política, ele continuará amigo”, salienta ainda.
Vieira ainda diz que a Prefeitura de Maceió tem feito “muitas obras”. “A Prefeitura tem trabalhado bastante. Eu acho que o grande desafio - para 2016 - é implementar uma ação mais contundente na Saúde. É uma área difícil. Maceió investe muito, mas ainda requer mais recursos. O governo federal tem contigenciado recursos. Enfim, mas este é o grande enfrentamento para 2016”, frisa ainda.
Notem o discurso de Vieira é favorável a Palmeira e o quanto PMDB e PSDB - no âmbito do município de Maceió - já andam alinhados. Mas, política é política. Isto pode significar muita coisa, como pode não resultar em aliança alguma. É muita água para passar por baixo da ponte.
É sobre este alinhamento de discursos e uma possível aliança política que indago Kelmann Vieira: “Nestes três anos de convivência é natural que tenhamos uma relação institucional muito boa. Obviamente, a gente (do PMDB) que tem o presidente do Congresso (senador Renan Calheiros) e o governador (Renan Filho) não pode deixar de discutir como será a disputa em Maceió. É inevitável esta discussão. A palavra final é do presidente e senador Renan Calheiros”.
Porém, segundo Vieira, já há um sentimento - em Maceió - pela aliança entre tucanos e peemedebistas. “O vereador Antônio Holanda (PMDB) e o vereador Galba Novaes (PMDB) já externaram isto. O Ronaldo Luz (PMDB) também. Já externaram o carinho que possuem pela ideia de - numa eventual composição - o meu nome aparecer aí como disposição do PMDB. Eu me sinto feliz em saber que - como vereador por Maceió - tenho este trabalho reconhecido. Isto me deixa feliz, mas a responsabilidade é imensa”.
“Agora em janeiro, Renan Calheiros vai estar em Maceió e deve ser discutido em 2016. Em um momento de crise - e este é o sentimento de muitos vereadores - é melhor que haja uma união em função dos interesses da população”, diz ainda o presidente da Câmara. “Esperamos o momento certo. Nas oportunidades que pude externar esta questão de 2016, não é segredo que trabalho para o entendimento”.
“A disputa neste momento de crise, não ajuda. Só vai piorar. Eu trabalho com este cenário de entendimento, mas obviamente a gente tem que respeitar o comando do partido”, frisa ainda.
Sobre ser o vice de Rui Palmeira, Kelmann Vieira coloca: “numa possível composição tem sido colocado o meu nome. A gente se sente feliz, mas sabe que se numa futura composição a gente tem que ouvir o Renan Calheiros. Num processo político é importante o reconhecimento, mas vamos esperar. Em janeiro é tempo de discutir o caminho do PMDB neste processo eleitoral. Claro que me sinto feliz em ter meu nome sendo colocado como possível composição”.
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