O medo de uma boa parte dos governadores brasileiros é de que o ano de 2016 seja um ano para se ter saudades de 2015. Este é o temor - principalmente - daqueles, como ocorreu com o governador Renan Filho (PMDB), que conseguiram - apesar das dificuldades - fechar o ano sem atrasar salários, inclusive garantindo o 13º do funcionalismo.
O medo se justifica. O ano parte para fechar com inflação acima dos 10%. O Brasil perdeu graus de investimentos e são muitas as incertezas em relação às políticas econômicas a serem adotadas pelo governo federal. A presidente Dilma Rousseff (PT) sinalizou com corte de gastos, mas nunca cumpriu a promessa.
A mais recente reforma ministerial teve apenas o foco de acomodar o PMDB e as demais ações do governo federal visam apenas amenizar a crise política, no sentido de manter a presidente no comando do país, tentando sufocar - ou matar de vez! - o pedido de impeachment que voltará ao foco em fevereiro do próximo ano (ao menos no Congresso Nacional).
Diante do cenário posto, a economia brasileira carece de previsibilidade. Com isto, não há confiança por parte de investidores, o que piora bastante o cenário. Há ainda outros detalhes, mas que não cabem neste post.
Sabedores do cenário - por mais que alguns, como Renan Filho, sejam aliados da presidente - os governadores buscam reagir, traçando acordos e planos comuns de como lidar com a crise.
A ideia veio do governador do Distrito Federal (DF), Rodrigo Rollemberg, mas encontrou respaldo em 12 chefes de Executivos estaduais, dentre os quais o alagoano Renan Filho.
A primeira reunião seu deu nesta segunda-feira, em Brasília (DF), para se articular a “agenda econômica comum”. Os que abraçaram a ideia são - conforme o G1 do Distrito Federal - Geraldo Alckmim (São Paulo), Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro), Fernando Pimentel (Minas Gerais), Flávio Dino (Maranhão, Renan Filho (Alagoas), Paulo Câmara (Pernambuco), Marcelo Miranda (Tocantins), Wellington Dias (Piauí), Rui Costa (Bahia), Jackson Barreto (Sergipe), Caminho Santana (Ceará) e Marconi Pirillo (Goias).
Bem, sem atacar os principais pontos do problema - a matriz econômica do governo federal, a irresponsabilidade com os gastos públicos, a necessidade de se redimensionar o tamanho do Estado, de se ter maior liberdade econômica, incentivo ao empreendedorismo, ao setor produtivo, desregulações, menos intervencionismo e a mentalidade do próprio PT do fisiologismo como um jogo de manutenção do poder “custe o que custar” - dificilmente os governadores avançarão em medidas mais efetivas.
E isto é dito sem sequer entrar em outros dois pontos que prefeitos e governadores de todo o país precisam abraçar: a revisão do pacto federativo. Atualmente, a União é imperial em relação aos recursos, reduzindo - principalmente nos Estados mais pobres, como é o caso de Alagoas - a independência político-administrativa. O governador fica refém das “posturas republicanas” do poder central.
Não é por acaso que muitas das ideias que podem mudar o cenário refletem - necessariamente - em apoio ao pedido de impeachment. Óbvio, os governadores não farão.
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