O senador Renan Calheiros (PMDB) – presidente do Senado Federal – trabalha para que o Senado delibere, ainda hoje – às 17 horas – sobre a prisão de Delcídio Amaral (PT), que foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por entender que o senador petista foi pego em flagrante tentando atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato.

A votação secreta é prenuncio de “salvação” para Delcídio Amaral. Sem se exporem à opinião pública, os senadores – comandados por Calheiros – poderiam salvar a pele de Amaral, tirando-o da cadeia. Porém, quem quer a votação secreta – o que inclui o presidente da Casa – não terá vida fácil.

A oposição defende a votação aberta, como já colocou o senador Aécio Neves (PSDB). Há perspectiva de que os opositores busquem uma liminar no Supremo Tribunal Federal. Os documentos do STF sobre a prisão de Delcídio Amaral já chegaram ao Senado. A sessão está marcada para as 17 horas, conforme o vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT).

O Palácio do Planalto tentou antecipar a sessão, mas não conseguiu. Renan Calheiros avaliou que não havia clima político no momento. A oposição – PSDB, Democratas e Solidariedade – se reuniu no gabinete do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) para discutir o assunto e chegaram ao entendimento de recorrer à Justiça para se conseguir a votação aberta.

O argumento da oposição? O artigo 53 da Constituição Federal. A expressão “voto secreto” foi retirada por uma Proposta de Emenda Constitucional.

A situação de Delcídio Amaral divide o plenário. Os senadores temem que a leitura política seja a de que o Legislativo afrontou o STF. Vale ressaltar: a prisão de Amaral é histórica e um recado para quem pensar em interferir nos rumos da Lava Jato. Tanto que pegou - como afirmou o próprio Renan Calheiros – os senadores de surpresa.

Segundo o texto constitucional, em caso de prisão em flagrante, a maioria da Casa correspondente pode manter a prisão ou soltar, por maioria dos votos. É aguardar. Os trabalhos para salvar Delcídio Amaral estão em andamento...

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