A Imprensa Oficial Graciliano Ramos está relançando, nesta quinta-feira (26), a obra “Delmiro Gouveia e a Educação na Pedra”, na VII Bienal Internacional do Livro do Estado, às 19h. O professor da rede pública estadual de ensino, mestre em educação pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e doutorando em processos educacionais do Sertão pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Edvaldo Francisco do Nascimento, é o autor do livro, que está na terceira edição.
Segundo o autor, a novidade desta edição é a inclusão de mais um capítulo, o quarto.
“Escrevi sobre o grande empreendedor do Sertão brasileiro, Delmiro Gouveia. Ele detém esse título porque transformou o modo de agir das pessoas da região, especialmente de Água Branca, fazendo do município referência no número de escolas, criação de fábricas, geração de empregos, normatização de regras da população do início do século XX. No quarto capítulo, continuei a pesquisa de como ficou a economia da região após a morte de Delmiro, nos anos 20, 30 e 40”, explicou o professor.
Outro destaque da vida de Delmiro Gouveia é a visão à frente de seu tempo, também em relação à educação. “Já naquela época universalizou o ensino, estabelecendo regulamentos para que os filhos dos funcionários estudassem sob a condição de seus pais perderem o emprego, em caso contrário”, explicou o autor.
Edvaldo Francisco deu ênfase aos novos hábitos e como se deu o processo educacional criado por Delmiro Gouveia, já que a população nordestina da época era analfabeta e não capacitada para trabalhar na indústria, nem com os novos hábitos proposto pelo industrial.
Quem foi Delmiro Gouveia
Cearense de nascimento, o industrial, iniciou sua carreira na cidade de Recife. Lá se consolidou como um dos maiores empresários brasileiros. Construiu o mercado do Derby, considerado o primeiro “Shopping” do país.
Desligado dos políticos dominantes, Delmiro era visto como ameaça aos grandes interesses agrícolas, após ameaça de morte, foge para Alagoas.
Já no município de Água Branca constrói a Fábrica de Linhas Estrela - modelo para a época. Explorou o potencial energético da Cachoeira de Paulo Afonso com a construção da primeira usina hidrelétrica do Brasil, “Angiquinho”.
Foi assassinado em 1917, na frente da sua casa, novamente por “incomodar” o poderio dos coronéis. Deixou esposa e três filhos.