Conversei – na manhã de hoje, dia 19 – com a advogada e professora Fernanda Marinela, que foi eleita presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, em uma disputa acirrada, no dia de ontem.
A vitória foi de Marinela, mas as três chapas tiveram votações expressivas. Isto faz com que a futura presidente já assuma a cadeira sabendo da existência de pelo menos dois fortes grupos que se posicionaram na oposição durante uma campanha. Uma campanha – diga-se de passagem - com ações de bastidores que colocaram em xeque a Ordem dos Advogados.
Para se ter ideia: o ano de 2016 tem eleições municipais. A Ordem dos Advogados do Brasil vai se fazer presente, pois não pode ser omissa, com sua Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral. Todavia, depois do que ocorreu na eleição de classe dos advogados como ter moral para fiscalizar a eleição alheia?
Os advogados protagonizam eleições que vem decaindo na qualidade de debate pleito após pleito. Fernanda Marinela terá de assumir um papel de conciliadora e cumpridora de promessas de campanha que a façam ganhar o apoio dos advogados que votaram nas outras chapas. São as propostas feitas para a classe.
Fora da gestão, há grupos sempre prontos para cobrar: os grupos liderados por Falcão e por Roberto Mendes se mostraram fortes e traduziram isto em votos, queiram ou não.
Fora disto, há o fato da Ordem ter sido omissa em muitas questões sociais que são bandeiras caras à população onde a OAB sempre esteve presente. No campo nacional, a Ordem tem sido praticamente omissa em relação aos escândalos que tomam conta da República. E há uma aproximação entre a administração local e a nacional. Tornar a OAB /AL mais ativa e mais presente na sociedade será também um desafio de Fernanda Marinela.
Em conversa com este blogueiro, Marinela disse se sentir feliz e honrada com a vitória. “Estou feliz por ser a primeira mulher que vai assumir a presidência da Ordem, mas claro, daqui para frente é muito trabalho”, salientou.
Todavia, indaguei a Marinela sobre os reflexos da campanha no início da futura gestão. Afinal, durante o pleito se teve episódios – como a compra de espaço publicitário em jornal para fazer denúncia – que deixam lições. A candidata concorda que a hora é de desarmar palanques e lembrar que a Ordem deve lutar por todos os advogados. Que assim seja.
“Com certeza (é preciso desarmar palanques). Sem dúvida alguma este é o momento de reconstruir para não vivermos mais o clima que teve nas eleições. Nosso objetivo agora é a união da classe. Vamos nos unir para que o interesse maior e coletivo prevaleça, que é o interesse maior da advocacia e da sociedade”, destacou.
Ainda complementou: “as responsabilidades por atos devem ser apuradas, mas a instituição está acima e somos todos advogados e iremos caminhar de mãos dadas para um futuro melhor”.
Dá para sentir que Fernanda Marinela não nega os desafios e sabe que será alvo de múltiplas cobranças. Não apenas ela, mas seu grupo, sobretudo na atuação no Conselho Federal e as posturas em relação à presidência nacional da Ordem. Afinal durante a campanha houve quem dissesse – e não sem razão! – que a OAB nacional, em momentos, se comportava como puxadinho do governo federal.
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