Conversei – no dia de hoje, 23 – com o novo secretário de Saúde do município de Maceió, o ex-vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas). Indaguei ao titular de uma das pastas que é o “calcanhar de Aquiles” da gestão de Rui Palmeira (PSDB) quais seriam os principais desafios. Se Nonô já estava ambientado com a secretaria.

José Thomaz Nonô frisa algo que já é sabido de todos: “as dificuldades para fazer a pasta andar são grandes”. Para se ter ideia, há meses que o elevador da Secretaria não funciona. É um pingo no oceano, pois é uma questão administrativa e que só atinge aos funcionários. Todavia, revela muito do espírito da coisa.

Agora – por exemplo – atingiu o secretário, que se encontra com problemas de locomoção devido a um procedimento médico e não pode ter acesso ao próprio gabinete.

Mas, vamos ao que falou o secretário. José Thomaz Nonô afirmou ter se assustado com o valor da folha salarial. Primeiro: se demorou a chegar a um valor real porque havia divergência na apuração deste, em relação à folha líquida, aos precarizados, encargos, dentre outras situações.

Ao fim dos levantamentos, já se sabe: a folha salarial da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió é no valor de R$ 23 milhões, quando inclui todos os valores. “É a folha cheia”, como diz Nonô. Para ele, um número sobre o qual é preciso se debruçar e começar a pensar. Afinal de contas, este valor corresponde a 37% dos recursos da folha.

Como se não bastasse – afirma o secretário – corresponde à boa parte do recurso da pasta, excetuando convênios e receitas carimbadas. Isto faz com que a Secretaria não consiga ampliar ações ou até mesmo cuidar de algumas unidades como deveria. Não espantam as dificuldades históricas e as tidas pela administração de Rui Palmeira até aqui.

“Com uma folha com esta magnitude a folha absorve a base de recursos disponíveis. É preciso reflexões para mudar, caso contrário a secretaria vira apenas uma gestora de folha e não consegue fazer mais nada”, coloca o secretário.

Sobre o desafio em relação ao diálogo com os médicos, Nonô diz que se reunirá com eles na próxima terça-feira, à noite, na sede do Sindicato dos Médicos. “A conversa será com os médicos e com transparência total em relação à situação da pasta. Farei visitas às unidades de Saúde. Já recebi alguns relatórios em relação a estas unidades e sei que nem sempre batem as informações. Precisamos ainda rever os gastos da pasta com o olhar voltado para as comunidades mais carentes. Buscar saídas e maximizar os recursos que existe”, frisou.

Nonô ainda pretende marcar uma coletiva no final do mês para um balanço das primeiras ações e passar informações da pasta. “É preciso que façamos este diálogo. Pretendo marcar entrevistas sempre. Mas, uma das dificuldades que destaco agora é justamente lidar com esta distorção da folha, onde a Saúde é uma pagadora de folha e não geradora de serviço”, coloca ainda. 

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