O sanfoneiro Anderson Fidellis apresenta em Maceió o show “Baião para o bom Irmão”, neste sábado (24), no bar e restaurante Fidel – Cozinha Boêmia, a partir das 23h. O “bom irmão” é o músico Diogo Silvestre, morto no domingo (18), vítima de um acidente de trânsito. “A gente sempre tocava no Fidel, com o Diogo. Voltar lá vai fazer bem à memória. Vamos fazer um show bem para cima para celebrar o nosso encontro com ele, que tocava com a gente desde abril, trazendo uma influência do coco e do samba para o som que a gente faz”, diz Fidellis, afirmando que serão três horas de “rala bucho”, com um pequeno intervalo “para beber água” e fazer uma troca de instrumentos.

“Nós tocamos todos os instrumentos. Nesse intervalo, eu pego o triângulo e passo a sanfona para um companheiro e assim a gente não cansa”, explica o cantor, compositor e instrumentista, que montou repertório de músicas próprias e clássicos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro.

Com apenas 26 de idade, Anderson Fidellis é referência em Alagoas de um forró moderno e cheio de personalidade. Na verdade, nem é forró o que ele faz. “Além do forró”, observa o artista, “existe o xote, o xaxado e o baião. O meu ritmo é o baião. O nosso trabalho é bem diferente do que faz o Xameguinho e o veterano Messias Lima. Nós focamos o nosso ritmo no baião.”

Então se prepare. É uma homenagem ao Diogo Silvestre que, infelizmente, partiu, mas a galera quer fazer um som à altura do talento e da alegria do amigo. “Vamos fazer o que a gente chama de macaxeira com força”, sentencia o sanfoneiro, discorrendo sobre o próprio trabalho.

“A gente excluiu os instrumentos elétricos que se propagaram entre essas bandas que a gente nem pode dizer que é de forró. É que a bateria dá outro ritmo... O que nos diferencia é essa questão do ritmo, da percussão do baixo que foi introduzida por Dominguinhos lá nos anos 1970. A partir daí tudo mudou no forró. Mas a gente excluiu o baixo e todos os instrumentos elétricos, eventualmente, trazemos um violão de sete cordas e cavaquinho.”

Há, ainda, a tuba – esse instrumento de sopro grandão, grave, comum em bandas de fanfarra. “A gente fica com ela na manga. A tuba fazia parte da música nordestina até a chegada dos instrumentos elétricos. A música que eu faço não é de raiz, tampouco é moderna. Eu digo que ela é alternativa”, conclui o ilustre sanfoneiro.

“Baião para o bom Irmão” – Show com Anderson Fidellis e a banda Cabroeira. Nesse sábado (24), às 23h. Abertura com Luiz Sampaio, às 20h30.

FIDEL – COZINHA BOÊMIA – Rua Sargento Jayme Pantaleão, 291, bairro do Prado, região central de Maceió. Tel. (82) 9 9686 3710.